Opinião: Treinamentos na Ásia-Pacífico agravarão relações entre Coreia do Sul e China

© Foto / Sung-Hee Choi‎ facebookBase militar na ilha de Jeju, Coreia do Sul
Base militar na ilha de Jeju, Coreia do Sul - Sputnik Brasil
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De 3 a 5 de abril, perto da ilha sul-coreana de Jeju, são realizados treinamentos navais conjuntos dos EUA e Japão que visam combater submarinos da Coreia do Norte. Especialistas opinam que o objetivo real é impedir, usando esforços conjuntos da Coreia do Sul, EUA e Japão, a frota chinesa de avançar para o Oceano Pacífico.

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Se no decurso da aliança militar dos EUA, Japão e Coreia do Sul na ilha de Jeju forem criadas bases militares para conter a China, há grandes chances de Pequim dar resposta, pois, nesse caso, a Coreia do Sul, que agora é "potencial adversário", torna-se um "adversário real".

O presidente do Comitê para resistência de criação de bases militares na ilha de Jeju, Ko Gwon-il, comenta a situação em entrevista à Sputnik Coreia:

"Se o governo da Coreia do Sul unir esforços com a Marinha dos EUA e Japão para bloquear o avanço de navios de combate chineses, isso resultará em uma crise de segurança mais séria do que o deslocamento do THAAD."

Entretanto, "o Ministério da Defesa da República da Coreia continua sua política de formação de aliança multilateral que vem do Acordo sobre Informação Militar (General Security of Military Information Agreement, GSOMIA) assassinado entre Coreia do Sul e Japão", bem como "reforço da aliança com EUA e Japão e decisão sobre deslocamento do sistema THADD", destacou o especialista.

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Ko Gwon-il acrescentou que "pela primeira vez na história da Coreia do Sul, em 25 de abril deste ano, o destróier norte-americano, USS STETHEM, entrou no porto militar de Jeju para ‘abastecimento e descanso da tripulação'. Mas isso foi uma mensagem para a população [da ilha] que deve aceitá-lo como prática habitual".

A base militar na ilha de Jeju foi projetada em 1993 e construída em 2007 por decisão do presidente sul-coreano Lee Myung-bak. Segundo o presidente do Comitê, "seu estabelecimento está ligado às tentativas dos EUA de conter a China e garantir a balança estratégica na Região Ásia-Pacífico". 

"Desde aquele tempo, a pressão dos EUA na Coreia do Sul está cada vez mais forte em relação à estratégia militar naval", resumiu.

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Os treinamentos conjuntos perto da ilha de Jeju, com participação das Marinhas dos EUA e Japão, são realizados já há dez anos, no entanto, ele apontou que sue caráter mudou:

"Os treinamentos atuais não são manobras comuns, destinam-se ao reconhecimento de submarinos."

O presidente do Comitê sublinhou que "o objetivo principal dos treinamentos em questão é enviar toda a informação recebida pelos sistemas THADD para a sede da Frota dos EUA e usá-la, junto com os membros da aliança, para reconhecer submarinos do adversário".

Ao mesmo tempo, as informações recebidas incluem dados "climáticos da Península coreana" por "fazer parte do país", destacando "não ser evidente se vale partilhar gratuitamente essa informação com 'aliados'".

De acordo com o presidente do comitê, a "cooperação com a aliança americano-japonesa só aumenta as despesas da Coreia do Sul com defesa e entrega a segurança do país nas mãos de países estrangeiros".

"Não é possível resolver o problema da Coreia do Norte de tal modo, ademais, isso levará a ameaças adicionais à região, mais precisamente à China, país que reconhecerá a Coreia do Sul como país hostil."

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Segundo declarações do Ministério da Defesa sul-coreano, as manobras serão iniciadas na segunda-feira (3) e realizadas durante três dias perto da ilha sul-coreana de Jeju. Os treinamentos têm objetivo de preparar "resposta eficiente" dos três países a ameaças de submarinos norte-coreanos devido à elaboração de mísseis balísticos para submarinos pela Coreia do Norte.

Destroieres dos três países irão participar dos exercícios militares — Coreia do Sul entrará com seu destroier Kang Gam Chan, EUA enviarão McCampbell e o Japão — o Sawagiri. Planeja-se usar helicópteros Lynx e MN-60, bem como avião P-3 Orion. No decurso dos treinamentos, as partes vão praticar reconhecimento de submarino e troca de informação.

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