A instalação do telescópio faz parte do projeto da Agência Espacial Russa intitulado Panoramic Electro-Opical System for Space Debris Detection (PanEOS), que prevê a construção e operação de uma rede de instalações desse tipo de telescópio na Rússia e em vários outros pontos do planeta para ampliar o mapeamento da órbita terrestre e o monitoramento do lixo espacial.
A agência Sputnik Brasil conversou com o diretor do LNA, Bruno Castilho, que explicou a importância prática e teórica dessa parceria.
"A importância prática para o Brasil é o fato do acordo que já existe, entre a Agência Espacial da Rússia e a Agência Espacial Brasileira, para construção de satélites e utilização pacífica do espaço ser ainda mais reforçado. Quando o Brasil for lançar um satélite novo vai poder ter acesso aos dados do mapa de detritos espaciais feito pela Roscosmos, colocado assim o seu satélite em uma órbita mais segura e protegendo um investimento brasileiro. Além disso, os pesquisadores da área de astronomia no Brasil vão poder usar todos os dados obtidos por este telescópio para pesquisarem supernovas, estrelas variáveis, asteroides, bem como para outras atividades científicas, reutilizando assim esses dados e dando mais utilidades para eles", explicou o especialista.
Segundo o diretor do LNA, o projeto ainda possui um significado especial, pois foi feito no âmbito da cooperação entre os BRICs.
"Existe a importância do projeto em si, bem como a importância de estar dentro desse acordo dos BRICs. O Brasil tem investido nessa cooperação com esses países. São países que têm muito a contribuir um com outro. E esse acordo com a Rússia é um exemplo de sucesso bilateral. A próxima reunião do Grupo de Astronomia dos BRICs será na Índia, e esse projeto será comunicado ao grupo, durante a reunião, como um projeto já concluído", comemorou o interlocutor da agência Sputnik Brasil.