"O que nós observamos nesta creche estelar uma vez calma é uma versão espacial dos fogos de artifício em 4 de julho [Dia da Independência dos EUA], com flâmulas disparando em todas as direções", disse o autor sênior John Bally, cuja equipe publicou suas descobertas no periódico Astrophysical Journal nesta sexta-feira (7).
As observações foram conduzidas no âmbito do Atacama Large Millimeter Array (ALMA), o rádio-observatório chileno.
As nuvens moleculares são os lugares onde as estrelas se formam, à medida que quantidades insondáveis de pó espacial se reúnem em um ponto. Estas estrelas jovens, que continuam sendo "amamentadas" por seus parentes-nuvens moleculares são chamadas de protoestrelas. Entretanto, elas ainda irão passar por um processo de fusão nuclear, e podem ser consideradas como estrelas genuínas apenas depois de se libertarem das suas nuvens moleculares e pegarem fogo.
Nebulosa Escura Lynds 1622 (centro) a 500 anos-luz e Nebulosa de Emissão Barnard's Loop (acima) em Orion,#astrofotografia de ©Leonardo Julio pic.twitter.com/q6Tox1YtT2
— Cosmoforum (@Cosmoforum_br) 8 de abril de 2017
Nos últimos anos, os astrônomos se têm vindo a interessar cada vez mais por estas estrelas "bebês". Antigamente, elas eram pequenas e fracas demais para serem estudadas em detalhe, particularmente porque uma nuvem molecular podia bloquear a vista.
Com o desenvolvimento dos telescópios e outros equipamentos, o estudo das protoestrelas se torna mais fácil.
"Embora sejam voláteis, as explosões de protoestrelas podem ser relativamente comuns", disse Bally. "Ao destruir sua nuvem-parente, como aconteceu no caso da OMC-1, tais explosões também podem ajudar a regular os ritmos de formação de estrelas nestas gigantescas nuvens moleculares", adiantou.
"As pessoas frequentemente associam as explosões estelares com estrelas antigas, tais como a eclosão de uma estrela decadente, ou com a morte de uma supernova, estrela extremamente maciça, que é ainda mais espetacular. O ALMA nos deu novas visões sobre as explosões que mostram outros ciclos da vida estelar, ou seja, o nascimento de uma estrela", explicou Bally.