Segundo a Yonhap, o grupo de navios norte-americanos está navegando de Singapura em direção à Península Coreana, mudando, assim, o plano original de realizar uma parada na Austrália. Além do porta-aviões Carl Vinson, o grupo inclui dois destroieres e um cruzador de mísseis guiados, que são capazes de interceptar mísseis balísticos.
A Yonhap cita um representante do Ministério da Defesa da Coreia do Sul, Mun San Gun, para quem o envio do grupo aeronaval reflete "a atitude séria [dos Estados Unidos] para com a situação na Península Coreana". Segundo ele, as ações dos EUA visam reforçar a proteção em caso de teste nuclear ou lançamento de mísseis balísticos da Coreia do Norte.
Na semana passada, na véspera da visita do presidente chinês, Xi Jinping, aos EUA, Donald Trump declarou em entrevista ao jornal Financial Times: "Se a China não conseguir pôr a Coreia do norte em ordem, nós o faremos."
Considerando todos esses eventos, o presidente do Centro de análise sino-russo, Sergei Sanakoev, opina que o ataque à Síria e a estadia da delegação chinesa nos EUA não coincidam por acaso:
"Em minha opinião, tudo isso foi um aviso para a delegação chinesa, liderada por Xi Jinping, que, de fato, estava na case dele [Donald Trump]. Na verdade, de acordo com tradições orientais, trata-se de uma bofetada para os visitantes, sendo pouco provável que os chineses desculpem isso."
O especialista acrescentou ao serviço russo da Rádio Sputnik que "houve uma opinião sobre o [ataque à base síria] não ter causado danos diretos à China e que por isso o líder chinês expressou atitude indiferente, mas não é bem assim. O líder chinês não ter manifestado emoção alguma não significa nada".
Segundo o especialista, as autoridades chinesas consideram as ações agressivas dos EUA na Península Coreana como séria ameaça.
De acordo com Sergei Sanakoev, as ações dos EUA foram acompanhadas pelo aviso aos chineses de que eles devem "pôr em ordem" a Coreia do Norte ou os EUA o farão. Mas de que maneira Pequim deve fazê-lo?
"Como resultado, ao voltar para a China, primeiramente, as autoridades enviam o senhor Wu Dawei (representante especial da China para assuntos da Península Coreana) a Seul para imediatamente resolver o conflito, aparentemente, em qualquer outro nível", acrescentou o especialista.
Ele também sugeriu que, provavelmente, as autoridades chinesas explicaram as ações pelo fato de que "camaradas completamente não adequados assumiram o poder nos EUA" e que o final poderá ser "horrível".