Durante assinatura de atos em prol das mulheres, Temer não se pronunciou sobre a lista do ministro Fachin, que autoriza a abertura de inquérito para investigar oito ministros do seu governo, além de líderes partidários e os presidentes do Senado, Eunício Oliveira e da Câmara, Rodrigo Maia. Em fevereiro, o presidente já tinha dito que só demitiria ministros que se tornassem réus na Lava Jato, o que ainda não é o caso.
Em discurso Michel Temer destacou somente que as atividades do governo não podem ser paralisadas e que vai deixar o Judiciário agir e dar a palavra final.
"Quando nós criamos a repartição dos órgãos do poder foi precisamente para dar agilidade a toda a atividade pública, então, cada um cumpre o seu papel. É uma trivialidade, mas é importante sempre recordar esse fato. Eu pessoalmente, e o meu governo que tem tido um apoio especialíssimo do Congresso Nacional, eu quero muito ressaltar e repito sempre que o governo só funciona, o Executivo, porque tem o apoio do Congresso e evidentemente, nas eventuais divergências ou interpretações equivocadas, quem vai dar a palavra final é o Judiciário. É isso que nós temos que prestigiar cada vez mais. Portanto, nós não podemos jamais paralisar o governo. Nós temos que dar sequência ao governo, temos que dar sequência a atividade Legislativa, nós temos que dar sequência a atividade Judiciária."
A retirada do segredo de Justiça dos nomes dos políticos de alto escalão citados nas delações de executivos da Odebrecht chega em meio a tentativa do governo em aprovar reformas consideradas fundamentais para a economica do país, como a Reforma da Previdência e após a divulgação da lista contendo oito ministros, 42 deputados e 29 senadores, as discussões no Congresso foram suspensas.
Michel Temer também é citado nos pedidos de abertura de dois inquéritos, mas como possui imunidade temporária, por estar na presidência da República, a Procuradoria-Geral da República não o incluiu na nova lista de investigações, já que não se pode investigar o presidente por crimes que não tenham ligação com o exercício do mandato.