No artigo recente "La amenaza rusa en México" (A ameaça russa no México, em português), o qual já foi deletado da Internet, o jornalista citado acima acusa o Kremlin de tentar colocar seu escolhido para governar o país. Mais precisamente, o líder da oposição Andrés Manuel López Obrador, qualificado pelo comentarista como "populista autoritário".
Ao explicar os motivos da Rússia que a impulsionam influenciar nas eleições mexicanas, o colunista afirma que Moscou "se beneficiaria bastante" se tivesse neste país latino-americano um candidato à presidência hostil ao governo dos EUA.
Para tirar dúvidas dos leitores quanto às intenções enigmáticas de Putin, o jornalista cita o oposicionista russo, Garri Kasparov, quem, ao responder à pergunta se a Rússia pode intervir nas eleições mexicanas, disse o seguinte:
E Fernando García Ramírez assume a responsabilidade por abrir os olhos dos compatriotas e explicar como a Rússia o fará. O Kremlin usará sua arma preferida, o canal RT, que é “a ferramenta-chave da propaganda russa”, diz o colunista, destacando que a mídia já tem seu agente no México.
Trata-se do analista mexicano John Ackerman, que publicou no site do RT alguns artigos críticos em relação a autoridades mexicanas.
"Seria bom saber quanto Ackerman recebe por esta propaganda", diz Fernando García Ramírez.
Entretanto, estas divulgações suscitaram a onda de piadas nas redes sociais. "Há muito tempo não li um título tão assustador com um conteúdo tão vazio", escreve Hugo Ortega Romero. "Haha, claro que a culpa toda é da Rússia", acrescenta Leonardo Guzmán Vázquez.
De acordo com ele, o artigo publicado no El Financeiro faz parte da campanha difamatória contra López Obrador, líder esquerdista do país que, a cada dia, torna-se mais popular.
No entanto, esse fato não tem nada a ver com "fatores externos", como, por exemplo, o canal RT. Os erros das autoridades são a principal razão, sublinha Gabriel Infante Carrillo.
Para ele, a mídia, controlada pelo governo mexicano responsável pelo descredenciamento do candidato da oposição, resolveu seguir o exemplo dos seus colegas norte-americanos que não param de falar da contribuição russa para a vitória de Trump.
"Nisso, as autoridades do meu país seguem o exemplo de muitos outros países, por exemplo, da Ucrânia, que acusa a Rússia de todas as desgraças ao invés de reconhecer que o estado socioeconômico difícil deste Estado é resultado da gestão pouco profissional", disse o especialista.