"Elaboramos propostas e recomendações de desenvolvimento da interação durante as missões de patrulha pelas forças unidas do sistema da defesa antiaérea. As recomendações correspondentes foram elaboradas após o treinamento conjunto das forças do sistema antiaéreo unido dos países da CEI em outubro de 2016", acrescentou o militar russo Pavel Kurachenko após a reunião em Bishkek.
Destes exercícios participaram a Armênia, Bielorrússia, Cazaquistão, Quirguízia, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão. O acordo de 1995 prevê a troca de informação sobre o espaço aéreo, a realização de missões de patrulha, e, em caso da agressão contra um dos Estados, apoio à contenção do inimigo.
Nas condições de instabilidade política no mundo, a defesa coletiva pode se tornar um fator de grande importância na Eurásia. Mas muitos analistas acham que o sistema coletivo de defesa antiaérea dos países da CEI por enquanto não funciona adequadamente, seja por causa da desigualdade de preparação dos militares e potencial econômico dos países membros, seja por causa das atitudes diferentes para com os seus princípios de funcionamento.
União de países diferentes entre si
Segundo o tenente-general Kurachenko, hoje em dia as forças e meios do sistema coletivo de defesa dos países da CEI incluem 19 unidades da aviação, 38 unidades de forças de mísseis, 15 unidades de forças radiotécnicas, 9 brigadas da defesa antiaérea e três unidades de guerra radioeletrônica. Ele acrescentou que, em caso da necessidade, o pessoal pode ser aumentado.
O Cazaquistão também possui um sistema da defesa antimíssil avançado, tendo na disposição S-300, S-200 e S-125, bem como os caças MiG-29 e Su-27 das várias modificações. É o único país, além da Rússia, que possui caças de intercepção hipersônicos MiG-31 e MiG-31BM.
A Armênia possui sistemas S-300PS e mísseis Buk-M2. No país está localizada uma base aérea russa com dezenas de caças MiG-29 e sistemas de mísseis S-300V mais recentes.
Objetivo comum
Segundo a opinião de diversos analistas militares, a ideia do sistema de defesa antiaérea no espaço pós-soviético é lógica e vantajosa para a Rússia. A questão não é só o número de mísseis ou caças que possui cada um dos países. O principal é a troca constante de informações sobre a situação na aérea.
"Ainda não foi resolvida a maior questão — quem vai comandar este sistema da defesa antiaérea coletiva", comentou o analista militar Mikhail Hodaryonok em declarações à Sputnik.
Segundo ele, a maior vantagem do sistema coletivo é a possibilidade dos diferentes países de treinarem conjuntamente e partilharem experiências. Esta união pode se tornar um instrumento efetivo de contenção. Aqui, segundo ele, é mais importante que os países percebam que têm objetivos comuns e não tentem apenas beneficiar da situação.