Karzai, que "se posicionou contra a América", mantém uma influência considerável no grupo étnico Pashtun do Afeganistão, ao qual o presidente Ashraf Ghani também pertence. Suas declarações podem sinalizar uma reação política das forças nacionalistas no país e colocar em risco a missão militar dos EUA no Afeganistão.
"Como é possível permitir que os americanos bombardem seu país com um dispositivo igual à uma bomba atômica?", disse Karzai durante um evento público em Cabul, questionando a decisão de Ghani. "Se o governo permitiu fazer isto, isso foi errado, foi uma traição nacional".
Violação da soberania
Durante a posse de Karzai como presidente, sua oposição aos ataques aéreos de forças militares estrangeiras agravou seu relacionamento com os Estados Unidos e outras nações ocidentais.
Como o governo de Cabul, dividido entre Ghani e seu rival Abdullah Abdullah, num compartilhamento de poder negociado pelos EUA, permanece frágil, as intervenções políticas de Karzai chamam a atenção. Ghani não conseguiu construir uma unidade, constuida por Karzai, que deixou o cargo em 2014.
Karzai classificou o ataque norte-americano de violação de soberania, perturbando assim o instável ambiente político do país.