Em 2014 os países ocidentais introduziram sanções contra Moscou, que respondeu com contramedidas na área das importações de produtos alimentícios. Muitos russos viram nisso uma oportunidade para desenvolver os negócios e perspectivas de substituição das importações por produtos nacionais, faz lembrar o autor do artigo, Neil Buckley.
No ano passado, a Rússia tornou-se o maior exportador de grãos. O volume geral da produção, segundo o FT, atingiu o recorde de 119 milhões de toneladas, 34 milhões das quais foram exportadas.
As empresas russas tiveram êxito também nas outras esferas da agricultura: a produção interna da carne suína e de galinha, o que permitiu dispensar as importações. Além disso, a Rússia tornou-se o exportador líder de beterraba, e os volumes dos legumes de estufa aumentaram 30% no ano passado em comparação com 2016.
A edição destaca que os produtos agrícolas são agora a segunda linha das exportações da Rússia, depois do petróleo e gás.
O setor agrícola poderá continuar a desenvolver-se, já que o crescimento das receitas permite aos granjeiros investir em tecnologias e fertilizações.
Por exemplo, na fronteira entre a China e a Rússia, há todas as condições para plantar soja, embora sejam necessários anos para desenvolver a produção.
"Contudo, até sem isso, o boom agrícola russo evidencia que apesar das sanções e problemas nas relações com o Ocidente, o mercado local tem enormes oportunidades", conclui Buckley.