Passaram 85 anos desde a formação da Marinha do Extremo Oriente, que depois se transformou em Frota do Pacífico da União Soviética.
Dois aniversários
A ordem para a formação da Marinha do Extremo Oriente foi emitida pelo governo da URSS para conter a ameaça externa após, em 1931, o Japão ter introduzido suas forças na Manjúria — uma vasta região no leste da Ásia que atualmente inclui o extremo nordeste da China, também chamada Manchúria Interior, e uma parte da Sibéria.
Russian Pacific Fleet's flagship "Varyag" arrives in Manila for 4-day visit https://t.co/LvUksdMlyF (Photos: Xinhua) pic.twitter.com/rcL6iSzG72
— Global Times (@globaltimesnews) 21 de abril de 2017
Dia 21 de maio os marinheiros festejam a sua festa profissional. A Frota do Pacífico entrou em serviço em 1932.
Apoiar os Borei
Atualmente são realizadas inspeções surpresa quase diárias para verificação do estado de prontidão das tropas do Extremo Oriente. Estes exercícios militares decorrem em uma altura em que a presença militar norte-americana na região está aumentando. A chegada do porta-aviões norte-americano Carl Vinson às costas da Coreia com objetivo de conter a Coreia do Norte acabou por escalar ainda mais a situação na região.
Russian Newest Strategic Nuclear Submarine Arrived to Pacific Fleet https://t.co/k37d5rYYKV #Russia pic.twitter.com/QmsIyaD8SY
— Karl E (@therussophile) 30 de setembro de 2016
Nesta situação, muitos analistas veem uma ameaça para a Rússia: os norte-americanos estão paralelamente estudando as capacidades da Frota do Pacífico. Nos tempos da Guerra Fria os navios dos EUA costumavam se aproximar das Ilhas Curilas e acompanhar a atividade dos submarinos russos.
"A força principal da Frota do Pacífico são os bombardeiros estratégicos, que fazem parte da tríade nuclear russa. A Frota conta ainda com três submarinos "Calmar" do projeto 667BDR e dois novos submarinos Borei do projeto 995. Eles fazem parte da 25 divisão de submarinos", comunicou à Sputnik o redator-chefe do jornal militar Arsenal Otechestva, Viktor Murakhovsky.
Os desafios da Frota do Pacífico
O problema da Frota do Pacífico é a idade da maioria dos navios.
"Há poucos navios que possam fazer navegações de longo curso – apenas o cruzador de mísseis do projeto 1164 Varyag, o destróier do projeto 956 Bystry e três navios antissubmarino do projeto 1155 Admiral Tributs, Admiral Panteleev e Admiral Vinogradov", acrescentou Viktor Murakhovsky.
Segundo o analista, neste ano a Frota vai receber a corveta do projeto 20380 Sovershenny. Além disso, nos próximos 5 anos a Frota deve receber 6 submarinos elétricos do projeto 636.3 Varshavyanka.
O navio mais potente da região – o destróier do projeto 1144 Admiral Lazarev, está inoperacional desde 1999.
Defesa costeira
Segundo Viktor Murakhovsky, a maior vantagem da Frota é a posição geográfica. As duas bases navais de Vladivostok e Petropavlovsk-Kamchatski ficam longe uma da outra.
"A nossa segunda vantagem são as nossas forças de guarda costeira. Agora estão sendo formadas duas divisões no Extremo Oriente, uma vai ser baseada nas Curilas e outra na área de Kamchatka", acrescentou.
Além disso, a Rússia vai substituir os sistemas de mísseis Redut, com um alcance operacional de até 460 quilômetros, por sistemas Bal e Bastion, dotados de mísseis antissubmarino X-35 e Oniks.
Os militares estão construindo um novo ponto da assistência técnica nas Curilas, bem como novos aeródromos para a aviação militar e realizam grande número de exercícios. Segundo o analista, a Frota do Pacífico continua a manter o seu nível operacional devido aos treinamentos constantes.