Foi dado início a campanhas para "liberar os prisioneiros políticos" e realizar eleições antecipadas. Para além disso, no relatório do Departamento de Estado dos EUA, Nicolás Maduro é destacado como governante autoritário.
Lembramos que a Venezuela está mergulhada em uma grave crise, com regulares ações de protestos. Os manifestantes se opõem ao presidente do país e exigem realização de eleições antecipadas e a reposição dos poderes do parlamento do país.
O professor Viktor Jeifets, da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo e especialista em assuntos latino-americanos, comenta para o serviço russo da Rádio Sputnik a situação atual na Venezuela.
Desmentindo a opinião comum de que todos os problemas na Venezuela são provocados pela Casa Branca, Jeifets sublinha:
"Os problemas da Venezuela são internos, eles são usados como pretexto, pois apareceu tal possibilidade, mas os problemas em si apareceram antes da intervenção dos EUA".
"No meu ponto de vista, o governo venezuelano cometeu um grande erro e criou um obstáculo enorme para si mesmo e para oposição bloqueando a possibilidade de um referendo, que podia dar a possibilidade da saída pacífica da crise", afirma.
A oposição se aproveitou disso e agora não quer o diálogo, desejando ou a destituição de Maduro ou a realização de eleições antecipadas, sem esperar por 2018.
"O cansaço de ambas as partes está aumentando impetuosamente, nesta situação eu não excluiria a possibilidade de um golpe militar", frisa Jeifets.
Na opinião de Jeifets, a única opção que a Venezuela tem são negociações com a participação de mediadores internacionais. O problema é que não há mediadores que tenham suficiente autoridade e o fato de as duas partes não estarem prontas para negociar, conclui o professor.