"Se (ou talvez quando) Macron vencer, será como sempre… Ele estará comprometido com a União Europeia, mas é improvável que ele lidere a política externa da UE nesta fase inicial da sua presidência", disse Hashimoto.
O conservador François Fillon e o candidato do Partido Socialista Jean-Luc Melenchon foram ultrapassado por Macron e Marine Le Pen no primeiro turno das eleições presidenciais no domingo.
Hashimoto reconheceu que Macron é o favorito para ganhar no segundo turno, mas destacou que ele desperta pouco entusiasmo nos eleitores, enquanto a sua oponente, Le Penl, demonstra habilidade tática.
"Macron… é a escolha que sobra para (para quem não quer votar na Frente Nacional)… A Sra. Le Pen acabou de deixar a liderança do seu partido, demonstrando a sua habilidade tática e política", disse o interlocutor da agência.
Macron provavelmente será um presidente fraco, impopular e ineficaz se for eleito, opinou Hashimoto.
"É provável que seja tão impopular quanto os seus predecessores, se sua mensagem centrista não for levada a cabo com visões e políticas claras", explicou.
"Se Le Pen vencer, de modo surpreendente, as pessoas vão protestar. Seus primeiros 100 dias serão dedicados à política interna, com ocasionais preparativos para a versão francesa do Brexit", disse o especialista.
Le Pen provavelmente perturbaria as relações da França com a União Européia, mas sua vitória poderia anunciar melhores relações com a Rússia e os Estados Unidos, sugeriu Hashimoto.
O historiador e comentarista de assuntos internacionais Matthew Dal Santo concordou que Macron era o mais antirrusso dos quatro principais candidatos presidenciais franceses.
"Acho que Macron certamente ganhará porque é apoiado pelo establishment político e pela mídia franceses, mas ele é o único dos quatro principais candidatos que não defendeu a restauração de boas relações com a Rússia", alertou Dal Santo.
"Macron tentará reviver o antigo bloco euro-atlântico que une os Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha contra uma Rússia cada vez mais isolada", concluiu.
Mesmo se for eleito, Macron se mostrará um presidente ineficiente e desacreditado, advertiu Dal Santo.