Se dizendo consternado, o ex-presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou que a reforma trabalhista aprovada na Câmara claramente retira direitos dos brasileiros e deixa os trabalhadores sem defesa.
"Eu me sinto consternado em constatar essa realidade. A reforma retira direitos, e se retira direitos é injusta. Ela rebaixa salários. É sua consequência mais imediatada e perversa. Ela pretende deixar o trabalhador sem defesa, condenado a aceitar acordos, que reduzem a remuneração, suprimem reajustes e revogam garantias no emprego."
Também fazendo críticas, a senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) reprovou em Plenário a reforma trabalhista e espera que no Senado a proposta seja barrada. A senadora acredita que o povo vai mostrar nas ruas o seu poder contra a reforma.
"Eu nutro muita esperança aqui no Senado Federal, porque tenho certeza de que a partir de amanhã (28) nós vamos ter um outro país. Eles, que derrubaram a ex-presidenta Dilma e hoje o Brasil vê quais os reais motivos, não era por ela, nem porque cometeu crime, porque nenhum crime ela cometeu. Era para fazer isso que eles estão fazendo. Eles vão mudar muito de opinião e pensamento, quando ver a população mobilizada, defendendo os direitos dos trabalhadores e da própria nação brasileira que está em risco."
A reforma trabalhista vai alterar vários pontos da CLT. Entre as principais alterações é a que diz que o acordo entre empresas e trabalhadores vai valer mais que a lei, quando tratar de assuntos como: parcelamento das férias em até três vezes; jornada de trabalho, que não pode passar de 12 horas diárias; e trabalho fora da sede da empresa, o chamado teletrabalho ou home office. Esses acordos não podem tratar de direitos, como 13º o salário, FGTS e direito de greve.
Outro questão polêmica era a permissão do trabalho intermitente, aquele que o trabalhador é contratado só por um período específico. O texto diz que deve receber direitos como FGTS, férias e 13º equivalentes às horas ou dias trabalhados.
Ao chegar no Senado, será definido por quais comissões o projeto irá passar, porém, o governo estuda uma forma de conseguir aprovar o texto em regime de urgência, para que a proposta siga direto para o plenário.