O México e o Brasil são os líderes regionais em matéria de aviação militar, não somente pela capacidade de combate e nível tecnológico de seus aviões, mas também porque têm uma indústria própria em pleno desenvolvimento que garante a soberania industrial aeronáutica e o abastecimento do mercado regional, substituindo os fornecedores tradicionais. As aeronaves peruanas, chilenas e venezuelanas também figuram entre as mais sofisticadas e preparadas da região.
A Rússia pretende avançar neste mercado, para o qual ela olha com cada vez mais interesse. Neste ano, o país se converteu em um dos centros de atração da Famex 2017 com seus modernos MiG-35 da geração 4,5, dado que o México talvez os adquira no futuro.
Para Quevedo, o Brasil é o país da região que conta com a melhor Força Aérea. Seu foco está em "desenvolver sua própria tecnologia para poder aceder no futuro a aviões como o F-35 americano ou o T-50 russo".
O especialista militar mencionou que a Venezuela conta com uma flotilha de aviões Sukhoi Su-30, uma aeronave "muito potente que pôs seus vizinhos em alerta pela instabilidade que o país está sofrendo". Quevedo também assegurou que a Força Aérea do Chile possui o F16 Block 52 de produção norte-americana.
"Este país apostou em ter um único tipo de aeronave e se inclinou para estas, que são umas das mais modernas. Por sua vez, ele comprou alguns aviões de segunda mão, os chamados LMU, que foram construídos na década de 80. Está é uma Força Aérea muito poderosa. A vantagem de ter um único avião de defesa é o maior controle de suas linhas logísticas de abastecimento e de reconstrução", indicou.
Em 20 de março, as forças aéreas do Brasil, Chile e Equador celebraram um memorando que permitirá um intercâmbio de informação técnica, logística e operativa de suas frotas de aviões de treinamento e de ataque ligeiro EMB-314 Super Tucano. Quanto a estas aeronaves, o especialista destacou que "são umas das mais completas, com sistemas de voo digitais e capacidade para contar com uma variedade de armamentos".
"Na região, a Argentina, Venezuela e Colômbia têm os aviões Tucano originais, enquanto o Chile e o Brasil contam com os Super Tucano. Isto permite que a América Latina tenha uma ação continental com a mesma aeronave e realize missões de ataque ao crime organizado: interceptar voos ilícitos e navios que efetuam o tráfico por água", disse.
No que trata da importância da Famex, Quevedo afirmou que é uma feira que permite ao México "ampliar as ofertas de investimento, incrementar sua força de trabalho e promover sua indústria aeronáutica".
"No México, temos mais de 300 empresas do ramo em 18 estados do país. Pode-se destacar os clusters aeronáuticos de Baixa Califórnia, Chihuahua, Novo Leão, Querétaro e Sonora. A indústria aeroespacial mexicana criou 50 mil empregos de qualidade bem remunerados. […] O México também é o sexto fornecedor de peças de aeronáutica aos Estados Unidos e tem o 14º lugar a nível mundial", explicou o analista.
Além disso, ele indicou que a indústria russa está com os olhos postos na Famex 2017.
"Querem apresentar muitos dos seus desenvolvimentos, em aviões e helicópteros. A Rússia está oferecendo à Força Aérea mexicana seu avião mais moderno, o MiG-35, uma aeronave adaptável às necessidades mexicanas. Creio que a indústria russa deve apostar na América Latina, ter um centro de manutenção e um centro de montagem de seus aviões em algum país da região. Isto permitiria potenciar muitíssimo todos os avanços tecnológicos que a indústria russa pode oferecer", concluiu.