Segundo a opinião de vários especialistas, Pequim vai adquirindo desta maneira experiência para fabricar porta-aviões de ataque da nova geração. O analista militar Alexei Krivopalov explicou algumas razões para esta estratégia no seu artigo para a agência Ridus.
Necessidade geopolítica
Devido à sua localização geográfica, o gigante asiático utiliza ativamente suas rotas marítimas tanto para exportação de produtos de fabricação nacional como para importar hidrocarbonetos através do estreito de Malaca e do oceano Índico.
Protegendo as costas
Pequim prevê salvaguardar as regiões costeiras do país ao incluir o estreito de Taiwan e o mar do Sul da China num complexo quadro de isolamento. Este sistema consta de numerosos pontos de lançamento de mísseis localizados ao longo da costa. Assim, a costa na região do estreito de Taiwan conta com até 2.000 mísseis, incluindo nucleares, de forma a Pequim ser capaz de controlar as bases estadunidenses em Guam, Coreia do Sul e Japão. Devido à presença dos novos sistemas de mísseis DF-21D, os navios estadunidenses da Frota do Pacífico se verão obrigados a retroceder no caso de um conflito militar com a China.
Experiência soviética para as futuras tecnologias chinesas
Em 2015, a Armada do Exército Popular de Libertação da China contava com 21 contratorpedeiros, 56 fragatas, quatro porta-helicópteros e 107 navios de desembarque de diferentes tipos.
Ao mesmo tempo, o nível técnico e militar dos navios chineses é inferior em comparação com seus análogos ocidentais. Para reverter a situação, os engenheiros e construtores chineses tomaram como referência os planos do porta-aviões soviético para serem capazes de desenhar posteriormente sua própria versão avançada do navio do projeto 1143.6.
Os riscos que enfrenta a China
O cruzador soviético Admiral Kuznetsov não conta com uma catapulta de vapor, necessária para lançar aviões a partir do convés do navio. Isso exclui a presença de aeronaves pesadas de alerta avançado, que não são capazes de decolar do trampolim.
Além disso, ele não conta com um deslocamento suficiente. Porém, os fabricantes chineses carecem de experiência e tecnologias para renovar o projeto de maneira tão radical.
O futuro da frota chinesa
O especialista sublinhou que a China não planeja se converter em uma potência marítima semelhante aos EUA e entrar em uma corrida armamentista no mar, posto que praticamente não tem nenhuma oportunidade contra Washington. Desta maneira, os porta-aviões chineses Liaonin e Shandong — apesar de terem algumas deficiências — são os primeiros passos dum longo caminho.