O trabalho, iniciado oficialmente com uma visita de pesquisa em novembro de 2013, floresceu em um projeto social "Uma Só Voz", cujo ápice foi uma apresentação aos pés do Cristo durante a passagem da tocha pela cidade. A ideia sobreviveu ao fim dos Jogos, deixando um belo legado na vida dos quase 400 participantes, que tiveram a vida transformada. Pelo menos 20% deles conseguiram uma oportunidade de trabalho e cerca de 30% afirmam que ficou mais fácil sair do vício ou ficar longe das drogas e do álcool quando estão no Coral.
Tanto sucesso assim, no entanto, está ameaçado. Passa a euforia com os Jogos, o "Uma Só Voz" precisa de ajuda para sobreviver. Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o Diretor e Regente do Coral, Ricardo Vasconcellos falou sobre a "vaquinha" colocada on-line para tentar arrecadar fundos. São quase R$90 mil necessários para manter o projeto funcionando até janeiro do ano que vem e destinados ao financiamento de transporte e lanche para os membros dos corais e custos administrativos e de material de marketing, como as camisetas utilizadas nas apresentações.
"A população de rua é um problema global, mas nós acreditamos que a arte é uma grande ferramenta de transformação de vidas. […] A pessoa que está ali trabalhando com os corais olha para dentro de si e percebe que é possível. Se a gente definisse o trabalho do 'Uma Só Voz' seria dignidade, eles deixam de ser invisíveis", avalia Ricardo.
"A população de rua é uma parcela da nossa sociedade, temos que ter um olhar para essas pessoas, de respeito por aquela vida que está ali. A gente convoca a sociedade do Rio de Janeiro para que possamos, de mãos dadas, estar ajudando essas pessoas a conquistar novas identidades, de ambições e de conquistas e não de necessidade", pede o regente.
Quem quiser contribuir pode fazer isso por este link. Os valores das doações começam em R$10 e vão até R$1000, oferecendo prêmios para quem colaborar com cada faixa de doação.