Os carros Volvo, que hoje têm mais de 40 anos de idade, continuam circulando na Coreia do Norte. O fato de a dívida em questão ser a maior de um só país com a Suécia dá mais um tom de singularidade nela.
"Originalmente, a dívida era de 600 milhões de coroas suecas (R$ 217 milhões) com várias empresas. O acordo mais discutido era o de carros Volvo, enquanto entre outros exportadores estavam Atlas Copco, Asea, Kockums, Alfa Laval e algumas companhias pequenas", disse Carina Kampe da Comissão de Crédito para Exportação à televisão nacional sueca SVT.
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— Pasadena Volvo (@RusnakVolvo) 23 de agosto de 2016
Quando acabou a guerra da Coreia em 1953, companhias suecas ficaram esperançosas em ganhar dinheiro na Coreia, o que melhorou os contatos diplomáticos. Em abril de 1973, A Suécia se tornou o primeiro país ocidental a reconhecer a República Popular Democrática da Coreia. Em seguida, os produtos foram ordenados e fornecidos, mas nenhum dinheiro foi pago. Além dos carros Volvo, o líder norte-coreano Kim Il-sung também adquiriu equipamento naval da Asea e máquinas de mineração da Atlas Copco. As empresas suecas, por não receberem pagamento, forçaram o governo sueco a agir, o que finalmente levou a instituição da embaixada da Suécia em Pyongyang, sendo mais uma vez o primeiro país a fazê-lo. Mas isso não ajudou a resolver o problema com a dívida, que continuou crescendo.
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— José Antonio Ortega (@jaozgz) 29 de agosto de 2016
"A Comissão de Crédito para Exportação concluiu um acordo com a Coreia do Norte, onde foi determinada a dívida. Duas vezes por ano, a comissão avisa sobre o pagamento de acordo com os termos. Mas, na maioria das vezes, não recebemos resposta alguma", disse Carina Kampe à SVT.
Pak Yun Sik explicou que a situação na Coreia do Norte, há muito tempo, está passando por momentos difíceis com a econômica apesar das esperanças. Em comparação a fome norte-coreana dos anos 90, Pak Yun Sik afirmou que a situação está muito melhor agora e por isso é que seu país está pronto para continuar cooperando com a Suécia.
"Acho que se tivermos uma cooperação mais intensiva nas áreas cultural e econômica, seremos capazes de resolver problemas no futuro", contou Pak Yun Sik para a SVT.
Em 2008, a rádio estatal da Coreia do Norte chamou a Suécia de "cachorro americano" e de inimigo do país. Porém, a dívida aos "imperialistas" em questão ainda não foi paga.