A vitória de Emmanuel Macron nas eleições presidenciais francesas significa que a política externa do país continuará a mesma, ou seja, sancionando a Rússia e recebendo ainda mais refugiados do Oriente Médio e da África, informaram analistas à Sputnik Internacional.
"A resposta rápida é quase a mesma: mais sanções contra a Rússia, mais ‘Assad deve sair', mais ‘OTAN deve expandir', mais foco no Atlantismo, mais imigração e assim por diante", disse o ex-diplomata canadense Patrick Armstrong na segunda-feira (8).
Eleitores idosos franceses apoiaram Macron para que a líder do Partido Frente Nacional, Marine Le Pen, não assumisse o cargo da presidência, mas Le Pen mostrou suas capacidades ao atrair mais eleitores jovens se comparada à popularidade dos candidatos nacionalistas anteriores entre a nova geração, observou Armstrong.
"Macron ganhou essas eleições, mas se levar em consideração o fato de Le Pen ter atraído tantos eleitores jovens e poucos idosos, pode-se dizer que essa foi a vitória daqueles que têm medo de mudanças contra aqueles que sabem que as mudanças já iniciaram", opina ele.
Por isso, seria evidente que Macron servisse como Hollande "segundo" ou "Hollande 2ème", acrescentou.
O professor de relações exteriores da Universidade de Pittsburgh, Michael Brenner, concorda que a vitória de Macron vá "congelar" a política externa de Hollande por mais uma presidência.
"Não há razão alguma para esperar mudanças na política externa francesa em qualquer área inclusive quanto à União Europeia", contou ele.
A política externa e interna de Macron e seus princípios eram quase semelhantes aos do candidato pouco sucedido do partido Os Republicanos, Francois Fillon, frisou Brenner.
"Macron é um radical neoliberal. Neste sentido ele é um gêmeo de Fillon. Então, ele deverá encontrar grande apoio junto aos conservadores [Republicanos] na legislatura", acrescentou.
Macron poderia tentar governar o país como um independente que visa modernizar a França, Benner disse.
A capacidade de Macron de governar de modo eficiente dependerá dos resultados das eleições parlamentares para a próxima Assembleia Nacional, que estão previstas para o próximo mês, opinou Benner.
"Muito depende dos resultados das eleições legislativas que no momento são impossíveis de prever", concluiu ele.
No segundo turno da votação, que ocorreu no domingo (7), Macron recebeu 66% dos votos contra apenas 34% dos votos ganhos por Le Pen.