Entretanto, segundo pesquisas, a maioria dos japoneses apoia o cenário da aplicação de força caso ataque militar da Coreia do Norte seja realizado. Vale destacar que o Japão já começou a construir abrigos subterrâneos, bem como a se preparar para Terceira Guerra Mundial. O mesmo passo foi dado pelos americanos na época da Guerra Fria.
"EUA provocaram mais uma vez a Coreia do Norte. A Coreia do Norte, por sua vez, mostrou durante desfile militar equipamentos que causaram preocupação do Japão. Em particular, foi exposto o míssil KN-11 Pukgeukseong-1 para submarinos. Vários modelos do míssil BM-25 Musudan […] Além disso, foram expostas maquetas do míssil balístico intercontinental do tipo Topol-M", comunicou à Sputnik Japão o analista militar russo, Vladimir Evseev.
Segundo ele, trata-se de avanços no desenvolvimento de armas espaciais e mísseis. O KN-11 conseguiu voar 400 km. Tal façanha, segundo Evseev, deixa Japão inquieto e, possivelmente, faz com que ele pense na possibilidade de criação de suas próprias armas nucleares.
"É claro que a Coreia do Norte não vai parar com o seu programa, por isso esse é momento para negociar a limitação do potencial nuclear da Coreia do Norte", afirma Evseev.
"A ameaça norte-coreana ao Japão é discutida há muito tempo, cenários apocalípticos são previstos. Mas não seria lógico para o povo norte-coreano atacar primeiro, seria suicídio", afirma o especialista em questões japonesas, Valery Kistanov.
"Os norte-americanos estão prontos para acabar com o regime de Kim Jong-un, trocando-o pelo seu próprio. O objetivo seria controlar sem problemas a península Coreana e deslocar para a região armas estratégicas norte-americanas não somente para a Coreia do Sul, mas para a Coreia do Norte, ou seja, para perto das fronteiras com a China", adiantou Kistanov à Sputnik Japão.
Segundo outro analista militar, Georgy Toloraya, ninguém vai iniciar uma guerra mundial por causa do programa nuclear da Coreia do Norte, nem mesmo por causa do Iraque, Líbia ou Síria.
"Acredito que o primeiro-ministro Abe utilize esta ameaça para justificar o crescimento do seu potencial militar. Trata-se de acabar com a constituição pacifista imposta pelos EUA após a guerra", acrescenta Valery Kistanov.
Segundo ele, mesmo que o conflito não seja nuclear, dezenas e até mesmo centenas de milhares de pessoas fugiriam para a região que compreende a península Coreana, Rússia, China e Japão, este último pode vir a enfrentar um fluxo descontrolado de refugiados. E os japoneses consideram esta ideia, pois o perigo de terroristas invadirem o país junto com refugiados, assim como aconteceu na África e na Europa, é possível.