"Este 'Netuno quente' tem tamanho significativamente menor do que outros planetas e sua atmosfera foi estudada detalhadamente por nós, ou seja, trata-se de uma descoberta que proporciona um grande avanço no entendimento do surgimento de sistemas solares, bem como suas peculiaridades no nosso Sistema Solar", declarou David Sing, pesquisador da Universidade de Exeter (Reino Unido) no artigo publicado na revista Science.
Chuvas de rubi e nuvens de chumbo
Na última década, astrônomos descobriram milhares de planetas localizados fora do Sistema Solar. Uma parte deles possui tamanho parecido com a Terra. Mas outro grupo de planetas se assemelha a Júpiter. Cientistas estão analisando suas atmosferas em busca de vida extraterrestre e respostas quanto à formação dos mesmos.
Por sua vez, planetólogos continuam em busca de respostas sobre as atmosferas de planetas não tão grandes. O tamanho deles dificulta na hora de analisar as composições químicas. Apenas uma "superterra", planeta-diamante 55 Cnc b, localizada na constelação de Câncer, foi estudada no ano passado. Os resultados revelaram que sua atmosfera não proporciona o nascimento de qualquer vida, pois contém ácido venenoso.
Planeta-sol
Esse planeta se encontra a 460 anos-luz da Terra e é um "Netuno quente". Examinando-o com ajuda de telescópios espaciais Hubble e Spitser, os cientistas concluíram que a composição química da sua atmosfera é mais semelhante à matéria do Sol e de outras estrelas, do que a de Netuno ou Urano.
Tais resultados põem em dúvida as teorias comuns sobre a formação do Sistema Solar quanto à composição química dos planetas-gigantes depender da área do seu surgimento.
Assim, a composição quase "solar" de HAT-P-26b abre um novo leque de charadas. Pesquisadores estão dispostos a desvendar o mistério por trás da formação de "Netunos quentes" e de sistemas solares, basta esperarmos um pouco.