Bombardeamento da Síria faz parte da política energética de Trump?

© Sputnik / Mikhail Voskresenskiy / Acessar o banco de imagensO presidente dos EUA, Donald Trump, comunicou que o ataque contra base aérea de Shayrat foi uma resposta ao alegado ataque químico na cidade síria de Idlib em 4 de abril, que , segundo Washington, foi realizado pelo governo sírio e que, segundo a Rússia foi uma operação de "bandeira falsa"
O presidente dos EUA, Donald Trump, comunicou que o ataque contra base aérea de Shayrat foi uma resposta ao alegado ataque químico na cidade síria de Idlib em 4 de abril, que , segundo Washington, foi realizado pelo governo sírio e que, segundo a Rússia foi uma operação de bandeira falsa - Sputnik Brasil
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O presidente norte-americano Donald Trump pode estar tentando fazer com que os aliados dos EUA diferenciem as fontes de fornecimento do gás natural, reduzindo os volumes das importações do Irã e adquirindo o gás de xisto norte-americano, acreditam os especialistas da empresa de investimentos sul-coreana Eugene Investment & Securities.

A Coreia do Sul importa tradicionalmente petróleo iraniano e, depois de levantadas as sanções, começou aumentando o volume das importações. Além disso, a Coreia do Sul começou elaborando planos de participar da construção de um gasoduto do Irã até Omã, de onde o gás natural liquefeito seria fornecido à Coreia do Sul (o Irã não possui instalações para a liquefação). Entretanto, os planos podem ser revistos por causa da pressão norte-americana.

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Especialistas supõem que a primeira viagem ao exterior de Donald Trump, durante a qual ele visitará a Arábia Saudita e o Irã, e as críticas contínuas ao acordo nuclear com o Irã fazem parte da diplomacia energética de Trump. Após a paz alcançada com tantas dificuldades, um novo período de tensões entre o Irã e os EUA pode resultar numa situação ainda mais imprevisível e complicada no Oriente Médio. Consequentemente, o preço de petróleo vai crescer, o que levará a aumentos das importações do gás de xisto norte-americano ao invés do gás natural do Irã, que é o líder da sua exportação.

Uma analista da empresa, Kim Yeolmae, disse à Sputnik Coreia: "Se os ultraconservadores chegarem ao poder nas presidenciais iranianas, o conflito da administração Trump com o Irã se agravará."

No recém-publicado relatório "Irá Trump romper o acordo nuclear com o Irã?", Kim Yeolmae pressupõe que "se o governo de Rouhani permanecer no poder, a aproximação de Trump à Arábia Saudita e Israel levará ao agravamento das relações com o Irã".

"É muito provável que, ao invés de romper o acordo nuclear, Trump irá pressionar o Irã", disse a especialista, adicionando que é típico de Trump usar os fatores de segurança e armas nucleares para promover sua política econômica.

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Kim Yeolmae deu o exemplo da China, o maior consumidor do gás do mundo. O bombardeamento norte-americano da base aérea síria durante as negociações sino-americanas ao mais alto nível pode ser considerado como um sinal à China:

"Nós não iremos tomar medidas monetárias se vocês tiverem uma atitude correta perante o problema norte-coreano, mas não seria melhor que comprassem o nosso gás de xisto em vez do gás natural iraniano?" Não é um exagero, acredita Kim Yeolmae:

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"A China é o maior importador potencial do petróleo e gás iraniano. […] Xi Jinping visitou pela primeira vez o Irã em janeiro de 2016, assinando 14 memorandos em diversos setores econômicos e industriais."

As partes também anunciaram sua parceria estratégica e acordaram em realizar 17 projetos conjuntos e aumentar o volume do comércio mútuo 11 vezes em 10 anos – até $ 600 bilhões.

A Rússia também poderá ser afetada por essas circunstâncias. Se os EUA conquistarem uma cota significante do mercado de gás da Rússia e Irã, haverá um golpe duplo: no setor real e no monetário, conclui a analista.

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