Como economia norte-coreana suporta tantos anos de sanções?

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Exército Popular da Coreia apresenta, em desfile, complexos de lançamento de mísseis balísticos intercontinentais em abril de 2017 - Sputnik Brasil
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Grande parte dos especialistas acredita que a economia norte-coreana está passando por um momento difícil, mas o colapso não chega apesar das sanções cada vez mais duras.

Nos últimos meses, as relações de Pyongyang estão em declínio não só com Seul e Washington, mas também com Pequim. No entanto, a flexibilização das relações econômicas entre a Coreia do Norte e a China, que começou há vários anos, tornou a fronteira entre os dois países mais transparente. Isso permite que alguns centros de negócios chineses atraiam capitais para a Coreia do Norte e ganhem fortunas com vários esquemas.

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Fabricação conjunta

As fábricas localizadas na área empresarial de Dandong (província de Liaoning) são um bom exemplo deste tipo de cooperação. Produzem itens de boa qualidade para o mercado interno chinês, mas os volumes de produção excedem muitas vezes a capacidade de produção das fábricas.

O enigma é fácil de explicar, sabendo que as mesmas fábricas estão localizadas do outro lado da fronteira. Os empresários chineses lhes fornecem máquinas de costura muito boas, marcas europeias, com as quais as mulheres norte-coreanas trabalham, etiquetando grande parte da sua produção, como se fosse feita na China. As autoridades norte-coreanas contornam assim as sanções, enquanto os empresários chineses economizam, uma vez que os salários são muito inferiores na Coreia do Norte aos praticados na China.

De acordo com o jornal The New York Times, é este sistema que ajuda a manter à tona a indústria têxtil no país vizinho. No ano passado, gerou uma receita de 500 milhões de dólares para o país, economicamente isolado.

As autoridades chinesas estão cientes do que se passa nestas fábricas conjuntas, mas preferem as ignorar, uma vez que promovem o desenvolvimento de indústrias nas regiões do nordeste.

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Mão de obra para o exterior

As transferências dos norte-coreanos temporariamente ocupados no exterior para as famílias são outra fonte de dinheiro para o país. As autoridades cobram impostos sobre este tipo de transferências: algumas fontes do jornal New York Times dizem que é uma alta percentagem dos montantes transferidos.

De acordo com os últimos dados disponíveis, mais de 50.000 cidadãos norte-coreanos trabalham em 40 países. Em Dandong são 10.000 e trabalham 12 a 14 horas por dia, o salário máximo deles é de US$ 260 (416 reais).

Um único importador estável

As exportações de bens da Coreia do Norte em 2015 só chegaram a $2.830 milhões. Desde 2010, esse índice havia subido apenas 8,6%. O volume de importações neste ano atingiu $3.470 milhões.

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A China tem sido há décadas o principal parceiro comercial. 85% de todas as importações e 83% das exportações da Coreia do Norte em 2015 correspondem à China. Este país também é o único importador estável de Pyongyang.

O principal produto exportado é o carvão, que é responsável por 34% de todas as exportações. Isso significa que em 2017 a situação econômica na Coreia do Norte pode piorar drasticamente, porque em 18 de março as autoridades chinesas declararam que iriam suspender completamente a importação de carvão norte-coreano.

A medida visa reforçar a pressão internacional sobre Pyongyang para que os norte-coreanos abandonem seu programa militar, incluindo testes nucleares e lançamentos de mísseis balísticos.

Entretanto, Pyongyang pode obter uma nova fonte de receitas. O turismo chinês para a Coreia do Norte está passando por um boom e isto é afirmado por uma pessoa que conhece bem a área: Cha Yong-Hyok, cuja empresa transporta grupos turísticos por trem para Pyongyang. Em breve, o empresário vai lançar voos a partir de Dandong.

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