O analista político Yevgeny Krutikov explica, em um artigo para a edição Vzglyad, por que todos os medos por causa destas manobras são "sinceramente bobos".
A razão por trás dessa histeria é que os exercícios estão programados para perto do chamado Suwalki Gap, que é como a OTAN e o Pentágono denominaram "o lugar mais vulnerável" da Aliança. Se trata de um corredor bielorrusso entre a Lituânia e a Polônia, através do qual teoricamente a Rússia se poderia unir ao enclave de Kaliningrado. Este fato tornou este trecho de terra em uma preocupação central de todos os Estados membros da OTAN.
O secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, garante que o objetivo das manobras conjuntas russo-bielorrussas é "verificar a capacidade das tropas para realizarem operações em grande escala sob severas restrições de tempo". Segundo ele, está previsto "criar o corredor de Kaliningrado, o que nas condições atuais não é possível sem uma agressão contra a Lituânia e a Polônia".
"Parece que o Ocidente acredita que entre Moscou e Minsk está acontecendo algum tipo de conflito do qual se pode tirar proveito. Não obstante, ainda há pessoas que sabem que a Rússia e Bielorrússia formam um espaço militar unificado, cuja sede fica em Moscou. Assim, qualquer questão relativa ao assunto deve ser esclarecida enviando uma carta para esse endereço", ironiza o autor do artigo.
O hipotético corredor de Suwalki se tornou a principal ameaça dos últimos dois anos. Não importa que a zona histórica de Suwalszczyzna seja uma floresta selvagem, com lagos e pântanos abandonados pela Polônia com uma infraestrutura deficiente. Agora, segundo a OTAN, a faixa deve ser supostamente defendida até o último soldado, continua Krutikov.
O autor conclui que as invenções de alguns países ocidentais não afetarão os planos da Rússia e as manobras terão lugar exatamente do mesmo modo como foram planejadas, desde o dia 14 até ao dia 20 de setembro.