A OTAN tem-se expandido e integrou o Montenegro "para mostrar aos outros, principalmente à Sérvia, como é poderosa", disse o ativista, acrescentando que a aliança liderada pelos EUA "quer usar o Montenegro para militarizar os Bálcãs e a Sérvia em particular, sendo Belgrado o principal jogador na região".
"Nossas autoridades têm detido pessoas para que ninguém impeça o Montenegro de se juntar à Aliança. Eles usam razões banais para prender [qualquer pessoa que não esteja de acordo com a decisão]. Eles estão tentando apresentar como criminosos aqueles que criticam esta falta global de liberdade consagrada pela OTAN. Quando nosso movimento queimou a bandeira da OTAN, em sinal de desobediência do povo, a mídia nos caiu em cima como se tivéssemos lançado um míssil Tomahawk para destruir a sede da OTAN em Bruxelas", disse o ativista.
Ele acha que o Montenegro poderá se tornar o primeiro país a sair da OTAN se os novos líderes chegarem ao poder no país.
"Vale destacar que a decisão de aderir à OTAN foi tomada por estas autoridades criminosas, não pelo povo. Os montenegrinos estão contra a perspectiva do país fazer parte da Aliança. Todas as pesquisas provam isso. O processo de adesão não foi acompanhado pelo povo e pela oposição, que boicotaram o parlamento. Em outras palavras, foi um parlamento ilegítimo que fez isso. No entanto, a aspiração à liberdade era evidente no Montenegro muito tempo antes da chegada ao poder dessas pessoas. Nós sobreviveremos à OTAN e a nossos ocupantes internos que finalmente acabarão sendo presos ou fugindo para um outro lugar".
O Montenegro foi convidado a aderir à organização em dezembro de 2015 no âmbito da primeira fase de expansão da aliança na Europa do Leste em seis anos. Podcorica aceitou o convite, causando mais protestos em todo o país.
A Rússia expressou muitas vezes a sua preocupação com a expansão da OTAN na Europa de Leste, dizendo que este processo poderia prejudicar a estabilidade e segurança tanto na região como fora dela. No mês passado, a diplomacia russa criticou o Montenegro por este se ter juntado à Aliança sem realizar um referendo nacional.