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Ex-Comandante da Polícia Militar de São Paulo apoia compra de armas no exterior

© Pedro Ribas / ANPrMaterial bélico.
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A decisão da Secretaria Estadual de Segurança de São Paulo e da Polícia Militar do Estado, de promover licitação internacional para compra de 5 mil pistolas (em detrimento de sua habitual fornecedora, a brasileira Taurus, encontrou amplo apoio no hoje Coronel da Reserva Diógenes Lucca.

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Instrutor e ex-Comandante de uma das unidades de elite da corporação paulista, GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais), Diógenes Lucca concedeu entrevista exclusiva à Sputnik Brasil na qual explicou as razões de apoiar a medida da Polícia Militar:

"Vou explicar minha opinião com três palavras sobre a decisão: ela é oportuna, plausível mas tardia. Tardia porque, há muitos anos, a Polícia Militar de São Paulo vem sendo vitimada por esse monopólio da indústria brasileira em relação a equipamentos. Nós temos aí uma dificuldade, uma política interna do país, coordenada pelas Forças Armadas, de privilegiar a indústria nacional para aquisição de armamento e munição. Isso faz com que o monopólio nos tire o acesso a um armamento mais sofisticado e necessário para equipar as unidades de elite. Esse monopólio acabou por revelar, ao longo dos anos, uma série de problemas como disparos inadequados destas armas, vitimando pessoas inocentes e os próprios policiais que tiveram de responder a processos porque, num primeiro momento, foram injustamente acusados de atirar de forma indevida quando, na verdade, o problema era da arma ou das armas que empunhavam. Portanto, estava mais do que na hora de [a Polícia Militar de São Paulo] romper essas amarras e buscar alternativas no mercado mundial que pode oferecer alternativas mais compatíveis com os interesses e necessidade da corporação."

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Segundo o governo do Estado de São Paulo, nove empresas do exterior demonstraram interesse em participar da licitação que ainda não tem data para ser realizada. A Polícia Militar paulista é a força que mais investe na compra de armas no país: nos últimos cinco anos, a força dispendeu 29 milhões de reais com estas aquisições.

A Sputnik Brasil também convidou a Polícia Militar de São Paulo para conceder entrevista sobre estas questões. A corporação porém optou por nos enviar uma Nota Oficial na qual explica que a Taurus descumpriu acordos estabelecidos em contrato e, por este motivo, foi penalizada com a "suspensão de futuras contratações por dois anos e não atinge aquisições anteriores, sobre as quais estão sendo adotadas as medidas previstas em contrato."

Nota Oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo:

"A Polícia Militar informa que a sanção imposta à Taurus foi motivada pelo não cumprimento das cláusulas contratuais pela empresa, como especificações técnicas e garantia do armamento fornecido. A sanção prevê a suspensão de futuras contratações por dois anos e não atinge aquisições anteriores, sobre as quais estão sendo adotadas as medidas previstas em contrato. A aplicação da pena é em âmbito estadual. 

Ainda não há definição sobre a abertura de novos processos licitatórios para a aquisição de armas, mas é certo que a sanção busca definir um padrão de qualidade das armas compradas pela Secretaria de Segurança Pública, para não colocar em risco a vida dos policiais e da população." 

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