Notícias da semana passada já davam conta do apoio de diplomatas australianos a estas empresas. A surpresa, no entanto, veio em função do Brasil. O país, ao lado da União Europeia e dos Estados Unidos, sempre acompanhou a posição da Austrália, mas fontes presentes na convenção relatam participação tímida da delegação brasileira neste ano. Quase neutra.
Seria uma guinada na direção contrária à adotada anteriormente? Uma entrevista do senador Jorge Viana (PT-AC) deixou a questão mais clara: o Brasil está preocupado com a posição de negação assumida pelos americanos desde a eleição do republicano Donald Trump. Ao fim da convenção em Bonn, os americanos adicionaram uma "nota de reservas" ao relatório final, dizendo que "os Estados Unidos estão revendo sua política climática".
"O presidente está fazendo a opção por energia suja, voltando a estimular o uso de combustíveis fósseis, do carvão. Isso é muito grave. O Acordo de Paris, assinado em 2015 e o mais esforço mundial pelas mudanças climáticas, fica sim sobre ameaça", declarou o senador.
O petista presidente nas próximas segunda e terça (22 e 23), um seminário internacional promovido pelo Senado para debater a implementação de mudanças relativas ao uso de combustíveis fósseis e o desmatamento pelo Brasil.
A posição brasileira na COP 23, que acontece em novembro deste ano, deve reverberar estes debates. O compromisso nacional é cortar 37% das emissões de gases de efeito estufa até 2025, com indicativo de atingir o percentual de 43% até 2030.