Mas na quinta-feira (18) Temer disse que não ia renunciar. Para o senador Cristovam Buarque (PSD-PE), a declaração do presidente foi "um grave erro, um erro histórico – salvo se ele provar que tudo isso que se está falando é mentira".
Falando à Sputnik Brasil, Buarque apresentou a sua versão do discurso que o presidente, segundo ele, deveria ter pronunciado:
Para o senador Roberto Requião (PMDB-PR), a decisão do presidente de se manter na presidência foi um "erro" também. Requião foi mais curto do que Cristovam Buarque e só disse na entrevista à Sputnik Brasil que o "Brasil precisa fazer exagerar uma grande discussão política".
"Essa denúncia da JBS mostrou com toda clareza que a corrupção é endêmica nas cúpulas de regência da política e no empresariado brasileiro. O povo não pode comportar isso mais", frisou o senador.
O presidente da República ficou no centro de um escândalo após a divulgação, na quarta-feira (17), de uma gravação em que Michel Temer responde com um "Tem que manter isso, viu?" às palavras de Joesley e Wesley Batista, da JBS, que tinham mencionado, naquela mesma conversa, uma mesada paga ao ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e ao operador Lúcio Funaro.
Assuntos de ministros
Segundo afirma a revista Veja, "os militares demonstrarão solidariedade ao presidente" após o escândalo.
A Sputnik Brasil perguntou ainda ao senador Cristovam Buarque sobre os ministros do PSD que ficam ou não ficam no governo, ao que ele respondeu o seguinte:
"Há uma diferença entre os ministros em geral e dois: o ministro da Fazenda e o ministro da Defesa. Esses dois ministros neste momento da História não devem ser partidários. Eles devem ser ministros da República, do Brasil, da instituição Brasil. Por isso eu acho certo que o ministro Jungmann continue, não como militar do PT, como cidadão que hoje encarna a seriedade, a segurança das instituições militares, a disposição da segurança nas cidades brasileiras, como tem sido feito — a gente viu há pouco — em Vitória. O mesmo eu digo para Meirelles. Meirelles não deve estar aí pelo partido, mas sim porque o Brasil precisa da continuidade, da seriedade, do rigor. Então por isso eu acho que Jungmann e Meirelles devem continuar. Roberto Freire eu acho que fez bem em sair."