"[O aumento das capacidades] evoca toda uma série de questões éticas em relação de 'melhorar' as pessoas em contexto de uma guerra", comentou à Sputnik Robillard, investigador da Universidade de Oxford.
Quanto à ampliação dos limites do ser humano, o especialista questiona se além da perfeição física, a psicologia do soldado não ficará afetada.
"Se 'melhoramos' uma pessoa, como isso afetaria seu corpo e sua personalidade? Poderia voltar a ser ele mesmo, se reintegrar na sociedade após sua desmobilização?", se pergunta o médico e acrescenta que atualmente já existem enormes diferenças entre a vida civil e militar que representam um desafio para todos os veteranos.
Ao mesmo tempo, os planos para aumentar as capacidades físicas dos soldados não são algo que nunca tenha sido visto antes.
"Porém, é importante saber qual será esse 'aumento'. Se falamos de substâncias neuroquímicas, da fusão com a inteligência artificial, […] o problema surge a outro nível e pode deformar a personalidade ou transtornar seu desenvolvimento", opina o cientista.
Finalmente, o efeito psicológico nos soldados pode variar segundo seu papel. Um soldado "melhorado" pode "trabalhar com o computador ou desenvolver estratégias" sem combater na frente.
Entretanto, caso eles participem de combates, os supersoldados terão uma maior responsabilidade e assim "a formação ética deve acompanhar o aumento das capacidades do ser humano", advertiu.