Cenário dramático: estamos à beira de uma guerra entre Filipinas e China?

© AP Photo / Aaron Favila)Soldados participando da cerimônia de comemoração dos 79 anos das Forças Armadas das Filipinas, no Camp Aguinaldo, Cidade Quezon, em 18 de dezembro de 2014
Soldados participando da cerimônia de comemoração dos 79 anos das Forças Armadas das Filipinas, no Camp Aguinaldo, Cidade Quezon, em 18 de dezembro de 2014 - Sputnik Brasil
Nos siga no
Filipinas não querem ser um "peão" no jogo entra a China e os EUA no Sudeste Asiático, eles querem construir relações de confiança com a China porque têm dúvidas que os EUA os apoiem em caso de um conflito militar.

Nas vésperas de sua visita à Rússia, o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, comentou as relações sino-filipinas. Saiba como os especialistas avaliam as palavras dele em uma entrevista à Sputnik China.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo filipino, Rodrigo Duterte - Sputnik Brasil
Duterte quer convencer Putin a fornecer armas às Filipinas
Neste momento as Filipinas têm uma disputa territorial com a China sobre vários territórios no mar do Sul da China. Duterte disse que as negociações serão realizadas, mas "não agora, agora todos precisam de se acalmar e depois, quando o tempo chegar, as negociações serão reiniciadas". Se as Filipinas entrarem em um conflito com a China, isso será "uma carnificina", disse o presidente. "Filipinas não têm nem mísseis de cruzeiro, nem bombas para atacar a China", reconheceu Duterte.

O especialista da Faculdade das Relações Exteriores da Universidade Estatal de Moscou, Aleksei Fenenko, pensa que o conflito que mencionou Duterte é real.

Exercícios navais dos EUA e das Filipinas nas águas do Mar do Sul da China, em junho de 2014 - Sputnik Brasil
Petróleo fez China nos ameaçar com uma guerra, diz presidente das Filipinas
"O conflito é real, se os americanos empurrarem as Filipinas e o Vietnã para uma guerra contra a China. <…> As Filipinas não desejam participar de uma guerra com a China para bem dos EUA. Eles veem que nos últimos anos os EUA seguem uma política exterior agressiva e que os americanos não excluem a possibilidade de um conflito militar com a Rússia ou com a China", disse Fenenko.

Em uma entrevista à mídia russa, Duterte chamou Trump de seu amigo, mas destacou que mudou o curso pró-americano do seu país. Anteriormente, as Filipinas seguiam "um rumo de cooperação com os EUA, mas agora estão desenvolvendo uma aliança com a China, com os países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e agora com a Rússia".

Daria Panarina, especialista do Instituto de Estudos Orientais russo, destacou que os EUA e as Filipinas têm um acordo militar que prevê a proteção recíproca em caso de conflito militar, mas, segundo ela, na situação atual os EUA não vão apoiar as Filipinas em caso de um conflito aberto com a China.

"Penso que [as Filipinas] percebem isso. As declarações ruidosas são uma coisa. Eles não podem confiar que os EUA os apoiem em um conflito contra a China", disse a especialista.

Ilha Thitu do arquipélago Spratly no Mar do Sul da China - Sputnik Brasil
Filipinas enviam tropas para ilha disputada no mar do Sul da China
O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, percebe que é preciso não levar ao extremo a disputa territorial com a China, não levá-la a um conflito militar, opina o especialista do Centro de Estudos das Relações Exteriores do Instituto Chinês de Comunicação, Yang Mian.

Mian tem certeza que, caso a guerra comece, ela vai resultar em vítimas catastróficas para as Filipinas, mas a China não vai sofrer muito.

A agência Reuters comunicou que, na sexta-feira passada, o presidente das Filipinas comunicou, durante seu discurso em uma emissora de TV, que durante um encontro com o líder chinês, Xi Jinping, ele o advertiu sobre a possibilidade de uma guerra caso as Filipinas comecem explorando petróleo nos territórios disputados no mar do Sul da China.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала