Ações da OTAN poderiam ser recebidas pela Rússia como amigáveis?

© REUTERS / Jonathan ErnstU.S. President Donald Trump speaks at the start of the NATO summit at their new headquarters in Brussels, Belgium
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O presidente dos EUA, Donald Trump, na sua primeira cúpula da OTAN, enfatizou suas promessas pré-eleitorais a respeito do Daesh e influenciou na opinião dos líderes dos países-membros da Aliança quanto ao terrorismo internacional, opina o especialista militar russo e editor-chefe da revista Defesa Nacional, Igor Korotchenko.

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Anteriormente, segundo o resultado da primeira cúpula da OTAN que contou com a participação de Trump, o secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg, declarou a prontidão da OTAN em se aliar formalmente no combate ao Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em muitos outros países). Aviões do Sistema Aéreo de Alerta e Controle (AWACS em inglês) da OTAN apoiarão as ações da coalizão. Além disso, Stoltenberg manifestou que a Aliança não busca entrar em confronto com a Rússia.

"A ideia de Trump, pronunciada na etapa pré-eleitoral sobre o Daesh e terrorismo mundial serem a principal ameaça, foi comprovada na sua participação na cúpula da OTAN. É evidente que a posição de Washington obrigou OTAN a fazer declaração quanto à necessidade de concentrar maior número de esforços nas medidas técnico-organizacionais de apoio à coalizão, encabeçada pelos EUA, na Síria e no Iraque", destacou Igor Korotchenko à Sputnik.

O especialista classificou a união da OTAN à coalizão como passo positivo, porém notou que a contribuição destas ações vá ser insignificante.

"O sistema AWACS em disposição da OTAN vai controlar o tráfico aéreo durante a realização das operações, mas, do ponto de vista prático, a coalizão nunca teve problemas em atacar, por isso a ajuda da OTAN será simbólica", explicou Korotchenko.

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O especialista sublinhou a importância política da declaração da OTAN sobre não querer confronto com a Rússia, mas expressou dúvidas quanto aos objetivos da organização.

"Outra questão, esta medida seria ou não uma ‘eutanásia’ da vigilância da Rússia através das ações realizadas pela Aliança na Lituânia, Letônia, Estônia e Polônia, que visam aumentar o potencial militar [da OTAN] e criar uma infraestrutura adequada", opinou ele.

Korotchenko adicionou que "a Rússia recebeu as declarações de braços abertos, mas as ações da OTAN impedem com que sejam recebidas amigavelmente pela Rússia".

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