"Se o plano for realizado, isso levará a uma confusão total, pois uns países se posicionarão contra outros. Basta citar o exemplo da Líbia, país esse completamente sunita. Todos os grupos em conflito são compostos por sunitas. O Egito e os EAU apoiam uma parte destes sunitas, enquanto a segunda parte é apoiada por Bahrein e pela Arábia Saudita. Há também uma terceira parte que recebe ajuda da Turquia e do Qatar, e uma quarta — da Itália. Dada a minha experiência jornalística de 40 anos, que eu recebi trabalhando nos países islâmicos, inclusive no mundo árabe, posso prever que esta ideia acabará em nada", disse o especialista.
Espera-se que a nova coalizão, caso seja criada, adote uma cláusula de resposta coletiva, copiada do 5º artigo da OTAN. O bloco também compartilharia inteligência com Israel. No entanto, nem Washington, nem Tel Aviv serão membros do bloco.
O presidente norte-americano também mencionou esta ideia na semana passada durante sua visita à Arábia Saudita. Ele apelou aos líderes muçulmanos para criarem "uma coalizão de nações com o objetivo comum de acabar com o terrorismo e assegurar o futuro das crianças".
Husnu Mahalli descreveu a visita de Trump à Arábia Saudita como "vitória" do reino do óleo.
"Durante sua visita, Trump assinou contrato de fornecimento de armas e material bélico no valor de US$ 110 bilhões de dólares (R$ 359,5 bilhões) e declarou ter alcançado um acordo de princípio com a Arábia Saudita para fornecimento de equipamento militar durante a próxima década equivalente a 350 bilhões de dólares. Mas a questão se ganhou ou não com isso é discutível. Durante sua companha eleitoral, Trump prometeu que resolveria o problema de desemprego. Será que ele pretende acabar com o desemprego, instalando fábricas de armas nesta região? Tais ações da administração norte-americana têm um caráter muito contraditório. E se a vantagem dos EUA neste caso não for evidente, pode-se afirmar com certeza que estes acordos correspondem completamente aos interesses da Arábia Saudita", disse Mahalli à Sputnik Turquia.