De acordo com o chefe da Expedição Antártica russa, Valery Lukin, que está tomando parte das negociações multilaterais sobre o desenvolvimento da cooperação na Antártida (entre 22 de maio e 1 de maio em Pequim), este passo se deu por iniciativa da parte chinesa.
Já que as estações chinesas na Antártida ficam perto das bases científicas russas, os membros de expedição polar chinesa podem aproveitar a infraestrutura russa — por exemplo, a Rússia e a China possuem um acordo sobre o uso temporário da pista de decolagem e aterrissagem perto da estação Progress.
Em uma entrevista a Sputnik China, o especialista do Centro de Pesquisa e Ciência de Questões Árticas e Antárticas, Vyacheslav Martyanov, falou sobre os altos ritmos de exploração da Antártida pelos chineses.
"Para que foi necessário subir ao cume, organizar a base de temporada Kunlun onde há muitas dificuldades para a vida humana? Já houve casos em que as pessoas foram evacuadas de lá. A explicação é a seguinte: é o ponto mais alto, ou seja, o objetivo é provar a todos que os chineses são os melhores, que querem se ocupar de perfuração e, na sequência disso, conseguir o gelo mais antigo no planeta", explicou.
Martyanov assinalou também que os chineses conseguiram organizar uma rede de transportes intercontinental: se os russos possuem 9 veículos, os chineses já têm 20. Além disso, ao longo dos últimos 2 anos foram modernizadas todas as estações polares da China. Porém, apesar destes êxitos significativos, os membros da expedição também enfrentam certos obstáculos, acredita o especialista.
O Tratado da Antártida de 1959 foi assinado por 52 países, sendo que a China é um dos lideres atuais no Polo Sul. Vale destacar que é a primeira vez que a China hospeda uma reunião de alto nível no âmbito deste tratado. No recente acordo bilateral, a China e a Rússia reiteraram sua fidelidade em relação aos princípios do Tratado de 1959.