Rússia terá usina nuclear que vai revolucionar o setor energético mundial

© REUTERS / Charles PlatiauUsina nuclear
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A usina nuclear experimental que está sendo construída perto da cidade russa de Tomsk representa o futuro para o mundo atual. Operando em ciclo de combustível fechado, seu reator BREST-300 de nova geração vai fazer uma revolução na energia nuclear.

A inovação mais importante

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A principal vantagem do reator, desenvolvido no âmbito do projeto denominado "Proryv" (Avanço, em português), será a sua capacidade de "gerar eletricidade e produzir para si próprio novo combustível. O combustível [nuclear] que resta após a reação vai ser dividido quimicamente em vários elementos. A maior parte volta de novo ao reator", disse Andrei Nikolaev, chefe do projeto inovador ao jornal Rossiyskaya Gazeta.

A pequena quantidade restante pode ser armazenada e depois vai para o reator até queimar completamente.

O problema dos resíduos nucleares é extremamente urgente para o setor energético e um verdadeiro obstáculo ao seu desenvolvimento, visto que a quantidade de material nuclear para armazenar está aumentando constantemente. O problema acabou nas manchetes por todo o mundo após o incidente com resíduos nucleares em Hanford, EUA.

"O reator BREST-300 vai funcionar usando o material que até agora era considerado lixo nuclear", disse Nikolaev.

Precisamente por esta razão, a usina vai compreender uma planta de produção de combustível nuclear e outra para tratar o combustível gasto.

Segurança é a prioridade

As caraterísticas do BREST-300 permitem construir estas usinas quase em meio de uma cidade. Não precisam de zona de exclusão. Caso ocorra uma intermitência, o reator se extingue sem emitir radiação. 

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Além disso, o reator contém um sistema especial de aquecimento de chumbo dentro do sistema de esfriamento do reator já que, se o chumbo se solidificar nos tubos, será difícil recomeçar o funcionamento da usina.

O método que torna a usina mais segura do mundo é a tecnologia de separar o reator da zona da alta pressão. No BREST-300, o chumbo vai servir como "intermediário" entre o reator e a água, assim o vapor de alta pressão em caso nenhum pode danificar o sistema.

Teste da tecnologia

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A primeira usina deste tipo não se destina a ser rentável, disse o Conjunto Industrial Químico da Sibéria que está construindo a instalação. Com uma potência modesta de cerca de 300 megawatts, a usina vai testar a tecnologia e demonstrar o seu potencial. Depois vai processar o combustível nuclear usado dos quebra-gelos e submarinos nucleares russos. A inauguração está agendada para 2024, mas os prazos não são definitivos já que a tecnologia revolucionária pode requerer investigações adicionais.

Entretanto, está sendo estudada a construção de mais dois reatores baseados nesta tecnologia com uma potência de 1.200 megawatts cada. 

"Nosso projeto é o segundo mais importante para a Rússia depois da Ponte da Crimeia. Quando terminarmos as obras, a Rússia terá uma tecnologia com que os outros países nem sequer sonham", disse o chefe do projeto.

O ciclo nuclear fechado trará vantagens competitivas em comparação a outras fontes de energia renovável, tais como a energia solar ou eólica.

O projeto "Proryv" mostrará que a energia nuclear pode ser rentável, limpa, de emissão zero, ecologicamente segura. Marcará uma nova era na produção de energia no mundo, conclui a edição.

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