O teste aconteceu sobre o Oceano Pacífico, em uma simulação do que poderia vir a ser uma tentativa norte-coreana de atacar os EUA com um míssil de longo alcance. Pyongyang já conduziu este ano 12 testes balísticos, dos quais três apenas nas últimas três semanas.
"Eu lembro que esse sistema já existia na qualidade de projeto na presidência de Bill Clinton [1993-2001]. Esse programa inclui algumas fases que estão sendo pouco a pouco realizadas, por isso não vale a pena buscar motivos políticos [para os testes militares dos EUA]", explica o representante da comissão da indústria bélica, Viktor Murakhovsky.
O especialista destacou que a primeira fase desse programa inclui a implantação de 50 interceptores com ogivas cinéticas, que serão capazes de interceptar até 10 mísseis balísticos intercontinentais (ICBM). Conforme indica a parte financeira do projeto, os EUA planejam alcançar esse objetivo em 2021.
Racionalidade econômica
Ao mesmo tempo, o analista militar russo apontou que as somas gastas por Washington com a criação desse sistema não correspondem às suas reais capacidades tecnológicas nesta área:
"Tal possibilidade (de interceptar 10 mísseis balísticos intercontinentais simultaneamente) existe só em teoria. Se dermos uma olhada nos testes de ontem, é necessário entender que foram conduzidos em condições controladas de polígono: era sabido que míssil voaria e de onde, por isso eles [militares] estavam preparados para tudo, o que nunca acontece nas condições de uma guerra real. Por essa razão, gastar tais somas nesse sistema, em minha opinião, não é uma decisão racional", concluiu.