Segundo o diretor da ESA, as pessoas devem deixar de lado as fantasias de Hollywood e voltar para a realidade. Pois, por exemplo, as dificuldades demonstradas no filme norte-americano "Perdido em Marte" não representam nem uma pequena parte dos gravíssimos problemas que seriam enfrentados por humanos, caso fossem para Marte.
"Colonização é uma palavra incorreta", declarou Worner na conferência dedicada ao Espaço em Manchester, Reino Unido.
Opening of the @ukspace2017 in #Manchester today (T) pic.twitter.com/uhTiWcpEPf
— Jan Woerner (@janwoerner) 30 de maio de 2017
"Você gostaria de permanecer em um lugar onde a metade do mês há escuridão e outra metade há sol? Na Lua é assim. Permanecer na escuridão por duas semanas não é uma boa ideia", explica.
"Em Marte é a mesma coisa. Se você for para Marte, a situação com luz será pouco melhor, mas não poderá nem passear por fora [da sua estação]. Deve estar sempre protegido e coberto, mas levar seu cão para perto de uma árvore será impossível", sublinha Worner.
O chefe do ESA está seguro: "‘Perdido em Marte' foi ótimo, mas Marte não é."
"Humanos viajarão para Marte, é certo. Mas colonização soa como se fossemos obrigados a abandonar a Terra. Espero que não abandonemos a Terra nos próximos três bilhões de anos e que os humanos encontrem meios para tornar a Terra um planeta mais seguro", avisou.
Como resposta, ele sugeriu que o cientista encontrasse um lugar melhor para morar.
Em setembro deste ano, Elon Musk, chefe da corporação SpaceX, contou ao mundo seus planos grandiosos de colonizar Marte. Para isso, ele planeja criar um foguete superpesado e uma frota composta de milhares de naves interplanetárias que levarão um milhão de pessoas ao Planeta Vermelho até ao final do século.