Logo após a foto oficial, Tillerson respondeu uma pergunta fora dos microfones e afirmou que os Estados Unidos irão diminuir suas emissões de gases do efeito estufa mesmo não fazendo mais parte do Acordo de Paris. Não houve mais contato com a imprensa.
This morning, Secretary Tillerson met with #Brazil's Foreign Minister Nunes Ferreira at the @StateDept. pic.twitter.com/EWDkbTr3NY
— Department of State (@StateDept) 2 de junho de 2017
O ministro das Relações Exteriores brasileiro já estava na capital estadunidense para participar da reunião extraordinária da Organização dos Estados Americanos (OEA) marcada para discutir a crise venezuelana. Apesar do encontro, não houve consenso e o grupo não conseguiu sequer emitir uma nota. Há uma outra reunião da OEA agendada para o dia 19 de junho, no México.
Comércio exterior
Para a professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) Juliana Inhasz, o objetivo do encontro entre Tillerson e Ferreira está mais ligado à economia. A professora afirma que os EUA estão buscando barrar o crescimento chinês na região.
"A China tomou uma participação muito grande entre os parceiros comerciais brasileiros, é óbvio que ainda temos os Estados Unidos como um importante parceiro comercial para nossas exportações, mas a China aumentou demais sua participação nos últimos anos."
Inhasz afirma que o Brasil é um país estratégico para barrar o crescimento chinês na América Latina pelo seu tamanho e economia.
Estados Unidos e China disputam de maneira muito parelha quem vende mais para o Brasil. Em 2016, Washington levou a melhor e vendeu para o mercado brasileiro um total de R$ 23,8 bilhões, enquanto Pequim atingiu a cifra de R$ 23,36 bilhões. Quando o assunto são as exportações brasileiras, todavia, o quadro muda de figura: a China está isolada na liderança como o maior destino dos produtos brasileiras. Em 2016, o Brasil exportou US$ 35,13 bilhões para a China, 19% de todo o volume de exportações. Já os Estados Unidos ficou com R$ 23,15 bilhões em exportações brasileiras.
A professora da FECAP Juliana Inhasz destaca que ainda não está claro quais os termos do encontro entre Tillerson e Ferreira, mas as commodities brasileiras são os produtos que mais podem ganhar, no curto prazo.