"Claro que é ridículo esperar que tudo dê certo pela primeira vez com uso de um só método. Por isso vamos aplicar vários métodos ao mesmo tempo. Acho que temos muitas chances de alcançar sucesso, precisamos nos focar simplesmente nesta ideia e encontrar pessoas certas para realizá-la", disse Pastor, citado pela revista Scientific American.
Originalmente, os especialistas da Bioquark planejavam realizar seus experimentos na Índia, em um hospital onde esperavam contar com um grupo de "voluntários" em estado de morte clínica. Vale destacar que os parentes concordaram doar os corpos de seus entes para experimentos científicos.
Infartos e vários traumas craneanos levam à "morte cerebral" das vítimas. Nestas condições, o corpo do doente permanece vivo através de equipamentos, mas o cérebro já não funciona. De fato, uma pessoa neste estado pode ser considerada morta, pois não pode viver sem ajuda de máquinas.
Através de injeções BQ-A, células-tronco e impulsos de laser, os cientistas esperavam "voltar a pôr em funcionamento" o cérebro de pessoas mortas no âmbito do projeto ReAnima, mas o Conselho da Índia de pesquisas médicas (ICMR) proibiu efetuar os experimentos por razões formais em novembro de 2016.
Agora, de acordo com Pastor, a Bioquark alcançou as últimas etapas de conversações com autoridades de países latino-americanos, que já aceitaram a ideia da empresa. Segundo o cientista, os primeiros experimentos podem começar no verão, já os lugares, onde serão realizados os experimentos, serão revelados "nos próximos meses".
O objetivo principal destes experimentos, sublinha o diretor da Bioquark, não é "ressuscitar completamente pessoas, mas sua recuperação parcial da atividade cerebral após ser detectada a morte clínica. Caso os cientistas consigam resolver esta tarefa, então os especialistas da Bioquark darão os próximos passos.
Outros cientistas continuam achando que tais experimentos "são cientificamente infundados" e acusam a Bioquark de dar às pessoas esperanças inúteis embasadas na ideia de trazer de volta seus entes falecidos. Segundo eles, a realização de tal façanha seria reconhecida como "milagre até mesmo pelo Papa".