"Há já algumas décadas estamos tentando resolver o quebra-cabeça de como é organizada a matéria nos núcleos destas estrelas superdensas. Contamos com muitas teorias que explicam a estrutura de núcleos de pulsares e a física que controla suas atividades. Após o lançamento do NICER, teremos a possibilidade de verificar estes aspetos", conta Keith Gendreau, chefe da missão do centro espacial da NASA Goddard Space Flight Center.
A densidade de pulsares é tão alta que átomos e elétrons deixam de existir, fazendo com que surja uma forma exótica de matéria constituída, segundo os cientistas, quase completamente por nêutrons. Os cientistas ainda não sabem que processos acontecem nos núcleos destas estrelas, como elas se esfriam e como mudam com o passar do tempo.
O lançamento do NICER e sua instalação na Estação Espacial Internacional (EEI), como esperam os cientistas, ajudará a encontrar respostas ao menos a algumas destas perguntas.
Conforme os planos da NASA, o NICER permanecerá na órbita durante 18 meses e coletará dados suficientes para que os astrônomos possam medir com precisão a força do campo magnético na superfície e nos polos de pulsares e compreender como se comporta a matéria deles.
Tais sistemas de navegação e transmissão de dados, de acordo com os cientistas, podem se tornar elementos-chave para criar e enviar missões para planetas longínquos e estrelas fora do Sistema Solar.
O lançamento do Falcon 9 com o NICER a bordo estava previsto para 2 de junho, mas foi adiado por causa de vento forte. O novo lançamento está previsto para 3 de junho, às 17h00 no horário de Brasília.