Perguntado se teme uma delação do seu ex-assessor Rodrigo Rocha Loures, filmado pela Polícia Federal (PF) ao receber uma mala com R$ 500 mil, o presidente duvidou da possibilidade.
"Não creio. Acho que ele é uma pessoa decente. Eu duvido que ele faça uma delação. E duvido que ele vá me denunciar. Primeiro, porque não seria verdade. Segundo, conhecendo-o, acho difícil que ele faça isso. Agora, nunca posso prever o que pode acontecer se eventualmente ele tiver um problema maior, e se as pessoas disserem para ele, como chegaram para o outro menino, o grampeador (Joesley Batista): “Olha, você terá vantagens tais e tais se você disser isso e aquilo”. Aí não posso garantir".
Temer afirmou que não renunciou porque pretende buscar uma defesa no "aspecto moral". Questionado o motivo de não intervir ao escutar o empresário Joesley Batista narrar crimes, afirmou:
"Não achei que seria uma gravidade tão imensa. Já ouvi tanta coisa na vida. Várias pessoas vêm me falar coisas. E meu estilo não é agressivo. “Olha, você está preso”. Isso eu não faço."
Durante a entrevista, o presidente não descartou uma troca no comando da PF — uma atitude considerada por críticos como uma tentativa de cercear a operação Lava Jato.