O China Daily afirma que o novo armamento é tão complexo e difícil de produzir que apenas a Rússia e os EUA possuíam esta tecnologia antes.
No entanto, o artigo não especifica os parâmetros exatos dos projéteis que o sistema pode interceptar, algo que os especialistas estão tentando adivinhar. Alguns interpretam o artigo literalmente e calculam que a altitude de "dezena de quilômetros" pode significar de 10 a 100 km, enquanto a frase "10 vezes mais rápido do que uma bala" quer dizer pelo menos 12.000 km por hora, já que uma bala de pistola que é a mais lenta de todas, em geral tem uma velocidade de 1.200 km por hora, de acordo com o portal China.org.cn.
Tomando em conta que 1.200 km por hora é aproximadamente velocidade do som, então a velocidade alegada de 12.000 km por hora é 10 vezes superior a velocidade do som, o que supera o míssil supersônico Tsirkon, desenvolvido pela Rússia, cuja velocidade máxima é entre Mach 6 e Mach 8 (Um Mach = 1. 225,044 km/h), de acordo com várias fontes.
O protótipo do míssil norte-americano Boeing X-51 atingiu as velocidades de Mach 5 a Mach 6, enquanto seu antecessor o avião não tripulado da NASA X-43, bateu o recorde de velocidade de aviões a jato de 11. 850 km/h ou Mach 9,6 antes do projeto terminar.
Deste modo, as especificações indicadas pela China parecem bastante exageradas.
A Rússia, bem como a China afirmaram que, com este teste, os EUA haviam começado a nova corrida armamentista, pois destruíram o equilíbrio de dissuasão nuclear no mundo.
Os EUA "abriram a Caixa de Pandora", dia o artigo, publicado no jornal chinês People's Daily. "O que fizeram os EUA levará sem dúvidas a uma nova corrida aos armamentos".
O presidente russo Vladimir Putin comentou o teste americano em entrevista aos jornalistas no âmbito do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.
"Isso destrói o balanço estratégico no mundo", disse Putin aos jornalistas. "O que está acontecendo é um processo sério e alarmante. No Alasca, e agora na Coreia do Sul, estão aparecendo elementos do sistema de defesa antimíssil. Será que temos que ficar impassíveis a observar? Claro que não. Estamos pensando em como responder a estes desafios.
Segundo Putin, Washington usa a Coreia do Norte com desculpa para desenvolver e expandir sua infraestrutura militar na Ásia, do mesmo modo como ele usou o Irã como pretexto para desenvolver o escudo antimíssil na Europa.