O ensaio foi qualificado pelo vice-almirante James D.Syring, diretor da Agência de Defesa de Mísseis (MDA, na sigla em inglês), como um "marco fundamental" para o programa e demonstrou "uma dissuasão capaz e credível" contra as ameaças reais.
O militar assegurou que o caráter do ensaio coincidiu com "o tipo de ameaças que esperamos neutralizar com este sistema [antibalístico]". No ensaio, foi acionado todo o conjunto de medidas antibalísticas dos EUA, explica Ryan Pickerell em um artigo publicado pela edição The National Interest.
"Este ensaio foi um êxito em todos os níveis. Porém, talvez tenha estado bastante longe daquilo que poderia ser um 'verdadeiro' ataque nuclear", comentou a especialista em armamentos Melissa Hanham, citada no artigo.
De fato, se conhecia o lugar do lançamento, se sabia quando o míssil seria lançado e que trajetória seguiria, a própria MDA sublinhou que se utilizassem somente os dados recolhidos em tempo real pelas equipes de vigilância.
"[No caso de um ataque real] a Coreia do Norte lançaria tudo que tivesse, e não somente um míssil. E se falarmos da Rússia ou da China, o ensaio não é representativo de nada, já que ambas teriam muitos mísseis balísticos intercontinentais com ogivas separáveis e alvos falsos que seriam apontados contra várias regiões do país em uma vez", sublinhou o analista.
Já em 2016, recorda Pickerell, esta opinião foi compartilhada pela Oficina de Provas de Operação e Estimativa dos EUA que comunicou as capacidades reais do sistema: "o sistema antimíssil mostra uma capacidade limitada de proteger o território dos EUA contra um pequeno número de mísseis balísticos de desenho básico, lançados desde a Coreia do Norte ou do Irã".
Em 2018, o Pentágono prevê realizar novos ensaios, mais parecidos com um ataque hipotético. Também, a empresa Boeing recebeu um contrato de uns 59 milhões de dólares para desenvolver projéteis interceptores capazes de neutralizar várias ogivas ao mesmo tempo.
Os primeiros resultados deste projeto deverão ser demonstrados antes de 2025. Enquanto isso, os EUA apostam no seu atual sistema antibalístico, "pouco fiável" nas palavras do mencionado relatório da Oficina de Provas, resume o autor.