Recentemente, os militantes das Forças de Mobilização Popular entraram em um povoado situado na província síria de Hasaka que estava sob controle das milícias curdas.
Anteriormente, os curdos sírios e as Forças Democráticas Sírias advertiram sobre este passo.
Semenov, cientista político do Centro de Estudos Árabes e Islâmicos da Academia de Ciências da Rússia, sublinhou à agência russa FAN que as Forças de Mobilização Popular, que foram criadas e treinadas com assistência de oficiais iranianos, conseguiram criar boas relações com os curdos da Turquia.
Antes, os curdos sírios advertiram a coalizão paramilitar iraquiana sobre a passagem de seus combatentes pelas suas fronteiras. Sua entrada na província síria de Hasaka aponta para que se teça uma nova intriga relacionada com as discordâncias entre os EUA e o Irã, opina Semenov.
"Os americanos têm hoje em dia uma grande influência no Curdistão sírio devido a lhes fornecerem armas e haver instrutores militares colocados nesta região do mundo [Curdistão sírio]. Ao mesmo tempo, as forças iranianas se encontram na região iraquiana de Sinjar, que partilha a fronteira com a província síria de Hasaka", explicou.
Semenov considerou que é possível que a intriga esteja enraizada nas relações entre o Irã e os EUA. Atualmente, Washington, que controla o espaço aéreo do Iraque, "não pode fazer nada contra as forças iranianas" que dominam Sinjar.
"As unidades americanas podem ser envolvidas nestes confrontos, o que influirá na situação no Iraque, onde também está instalado um contingente dos EUA", afirmou.
Quanto a Bashar Assad, o analista sublinhou que o presidente sírio poderá se aproveitar da presença das Forças de Mobilização Popular, já que suas tropas não podem chegar até a cidade síria de Deir ez-Zor e tomar sob controle essa parte da fronteira.
"Ao usar as forças da coalizão paramilitar iraquiana, Assad, ao menos, será capaz de controlar a fronteira da Síria com o Iraque e prevenir a união das Forças Democráticas Sírias com o Exército Livre da Síria", enfatizou.