Novo ator 'entra em jogo' na guerra civil síria tecendo uma nova intriga

© AFP 2023 / UYGAR ONDER SIMSEKMilitantes curdos combatem o Estado Islâmico perto da cidade de Hasakeh, na Síria
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O surgimento de combatentes da coalizão paramilitar iraquiana, ou seja, das Forças de Mobilização Popular, na província síria de Hasaka pode ser um sinal de uma nova intriga que se está tecendo na Síria, de acordo com o analista russo Kirill Semenov.

Recentemente, os militantes das Forças de Mobilização Popular entraram em um povoado situado na província síria de Hasaka que estava sob controle das milícias curdas.
Anteriormente, os curdos sírios e as Forças Democráticas Sírias advertiram sobre este passo.

Semenov, cientista político do Centro de Estudos Árabes e Islâmicos da Academia de Ciências da Rússia, sublinhou à agência russa FAN que as Forças de Mobilização Popular, que foram criadas e treinadas com assistência de oficiais iranianos, conseguiram criar boas relações com os curdos da Turquia.

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Entretanto, apesar do relacionamento que liga os curdos turcos e a coalizão paramilitar iraquiana, as relações entre esses últimos e os curdos sírios se tem deteriorado, o que é algo atípico, tendo em conta as semelhanças que existem entre ambos os grupos de curdos (eles até falam o mesmo dialeto) e o fato das milícias curdas sírias terem sido criadas pelos próprios curdos turcos.

Antes, os curdos sírios advertiram a coalizão paramilitar iraquiana sobre a passagem de seus combatentes pelas suas fronteiras. Sua entrada na província síria de Hasaka aponta para que se teça uma nova intriga relacionada com as discordâncias entre os EUA e o Irã, opina Semenov.

"Os americanos têm hoje em dia uma grande influência no Curdistão sírio devido a lhes fornecerem armas e haver instrutores militares colocados nesta região do mundo [Curdistão sírio]. Ao mesmo tempo, as forças iranianas se encontram na região iraquiana de Sinjar, que partilha a fronteira com a província síria de Hasaka", explicou.

Semenov considerou que é possível que a intriga esteja enraizada nas relações entre o Irã e os EUA. Atualmente, Washington, que controla o espaço aéreo do Iraque, "não pode fazer nada contra as forças iranianas" que dominam Sinjar.

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De acordo com o especialista, o surgimento de combatentes da coalizão paramilitar iraquiana ameaça provocar uma escalada do conflito na parte oriental da Síria, o que se pode traduzir em confrontos entre os combatentes das Forças de Mobilização Popular e os das Forças Democráticas Sírias.

"As unidades americanas podem ser envolvidas nestes confrontos, o que influirá na situação no Iraque, onde também está instalado um contingente dos EUA", afirmou.

Quanto a Bashar Assad, o analista sublinhou que o presidente sírio poderá se aproveitar da presença das Forças de Mobilização Popular, já que suas tropas não podem chegar até a cidade síria de Deir ez-Zor e tomar sob controle essa parte da fronteira.

"Ao usar as forças da coalizão paramilitar iraquiana, Assad, ao menos, será capaz de controlar a fronteira da Síria com o Iraque e prevenir a união das Forças Democráticas Sírias com o Exército Livre da Síria", enfatizou.

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