'Sem resolução do problema de Palestina nunca haverá paz no Oriente Médio'

© AFP 2023 / THOMAS COEXTanques israelenses perto da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza quando retornam do enclave costeiro palestino controlado pelo Hamas em 5 de agosto de 2014
Tanques israelenses perto da fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza quando retornam do enclave costeiro palestino controlado pelo Hamas em 5 de agosto de 2014 - Sputnik Brasil
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No 50° aniversário da Guerra dos Seis Dias, o embaixador da Palestina no Uruguai, Walim Abdel Rahim, visitou o estúdio da Sputnik Mundo em Montevidéu e contou sobre as formas de resolver este conflito.

No dia 5 de junho de 1967, Israel atacou três países vizinhos e em poucos dias destroçou os exércitos dos países árabes que ficaram sem apoio aéreo. Graças a isso, os israelenses ocuparam novos territórios, saindo das fronteiras determinadas pela decisão da ONU de 1947. Segundo Abdel Rahim, a própria Guerra dos Seis Dias deu origem aos conflitos atuais no mundo árabe.

"Israel cometeu um ato de agressão em relação aos países árabes. Não é um segredo que os EUA prestam ajuda estratégica a Israel, e que agora estão em vigor diretivas que permitem a Israel ter mais armas do que têm em conjunto todos os países árabes. Trata-se de armas mais avançadas, mais destruidoras, incluindo tipos proibidos por todo o mundo", disse o embaixador.

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Israel começou esta guerra ocupando a Cisjordânia, a Faixa de Gaza, as Colinas de Golã e a península de Sinai, sublinha Abdel Rahim. A família do embaixador foi forçada a deixar sua Pátria em 1948 por causa do caos provocado por bandos sionistas. Abdel Rahim nasceu já na Jordânia no campo de refugiados. Ele lembrou que, em 1948, a ONU forneceu aos refugiados produtos alimentícios e roupas.

"Alguém perguntou: como é? Eles nos enviam comida para salvar refugiados e ao mesmo tempo enviam armas avançadas a Israel para nos matar? Até hoje, estes pensamentos não deixam a minha cabeça", disse o embaixador à Sputnik Mundo.

Sob pressão da comunidade internacional, os parlamentos de vários países começaram pensando que é preciso pôr fim à ocupação israelense, disse Abdel Rahim, acrescentando que a única formula para resolver este problema é a criação de dois Estados – o de Israel e o de uma Palestina independente e soberana, de acordo com o direito internacional.

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O embaixador lembrou a recente visita de Trump à Palestina e Israel e disse que isto é um sinal que o presidente dos EUA quer realmente fazer algo para resolver esse problema. Mesmo durante a visita a Israel, Trump fez muitas ações promissoras, pensa o embaixador, por exemplo, visitando lugares sagrados como o Muro das Lamentações ele não permitiu que Netanyahu o acompanhasse. Segundo Abdel Rahim, a razão foi que o Muro das Lamentações fica em território ocupado, pelo menos existe essa explicação.

"Sem resolução do problema da Palestina nunca haverá paz no Oriente Médio", concluiu o diplomata.

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