Embora seu testemunho tenha confirmado a afirmação de Trump de que nunca foi objeto de nenhuma investigação criminal, ele também abriu a nova possibilidade do próprio ex-chefe do FBI ser investigado por vazar informações classificadas para a imprensa.
Embora o ex-diretor do FBI tenha rejeitado os rumores de que Trump tenha cometido um crime, houve sinais de uma animosidade com o presidente após sua repentina demissão, no dia 9 de maio.
"A administração então escolheu me difamar e, o mais importante, o FBI, ao dizer que a organização estava em desordem, que estava mal liderada, que os funcionários haviam perdido a confiança em seu líder. Essas eram mentiras, simples assim", disse Comey sobre os motivos apresentados por Trump ao demiti-lo.
Comey também disse acreditar que foi demitido por causa da investigação sobre a Rússia. Ele afirmou que Trump perguntou se ele gostaria de continuar dirigindo o FBI e depois lhe pediu "lealdade".
"Alguns momentos depois, o presidente disse: ‘Preciso de lealdade, espero lealdade'", afirmou Comey.
O ex-chefe do FBI também deixou a porta aberta para os que buscam o impeachment de Trump. Quando perguntado se os contatos com Trump sobre a investigação envolvendo ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn e sua suposta ligação com a Rússia chegaram a configurar obstrução de justiça, disse: "Eu não sei. É o trabalho de Bob Mueller descobrir isso", referindo-se ao novo responsável pela investigação.
Comey fez uma admissão que pode levá-lo a ser processado: o ex-diretor do FBI afirmou ter pedido a um amigo para compartilhar com a mídia o conteúdo de memorandos detalhando suas conversas particulares com Trump.
Ele afirmou ter tomado essa decisão após o presidente publicar no Twitter sobre possíveis gravações com suas conversas com Comey. "Eu espero que essas fitas existam", afirmou.
Pouco depois de Comey terminar seu testemunho, o advogado particular de Trump apontou que sua confissão poderia expor o ex-diretor do FBI a uma investigação sobre o vazamento de informações classificadas.
"Vamos deixar as autoridades competentes determinarem se os vazamentos [de Comey] devem ser investigados junto com todos os outros investigados [por vazamentos]", disse Kasowitz.