O ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes, Anwar Qarqash, afirmou na última quarta-feira (7) que o Qatar está brincando com o fogo ao se conectar com terroristas e extremistas. De acordo o diplomata, as autoridades do país deixaram muitas pistas de que financiam o terrorismo e está na hora de adotar medidas restritivas.
Em entrevista à Sputnik, o professor da Faculdade de Economia e especialista em Oriente Médio, Grigory Lukyanov, expressou a opinião de que o impacto das medidas com Qatar hoje é sem precedentes, mas tem uma grande margem de segurança.
"Há anos existem bases norte-americanas no território do Qatar […] com isso, os EUA não vão intervir neste processo. Como resultado, nós observamos que a Riad de fato assumiu este plano", analisou Lukyanov.
Neste contexto, a conselheira do diretor da Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Elena Suponina, afirmou que a Rússia pode se tornar um dos mediadores da resolução do conflito entre o Qatar e seus países vizinhos.
Segundo ela, "no presente momento, são poucos os que querem que o conflito entre a Arábia Saudita e Qatar seja alastrado. Esforços de mediação já foram assumidos por países como Kuwait, Turquia e Omã".
No dia 5 de junho, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Egito anunciaram o rompimento das relações diplomáticas com o Qatar, acusando Doha de apoiar organizações terroristas e desestabilizar a situação no Oriente Médio. A eles se juntaram o Iêmen, o governo interino da Líbia, a Mauritânia, as Comores, as Maldivas e Maurício.
Os países impõem a saída de cidadãos do Qatar dos seus territórios (exceto o Egito), e encerraram as ligações aéreas, terrestres e marítimas com o Qatar.