O chanceler russo, por sua vez, manifestou que a Rússia não intervém nos assuntos internos dos outros países ou nas suas relações com terceiros países, mas está muito preocupada com o deterioramento das relações entre seus parceiros. Lavrov frisou que Moscou considera importante que "quaisquer divergências se resolvam à mesa das negociações e através de um diálogo reciprocamente respeitoso e em igualdade de direitos".
"O objetivo final desta visita é dar a conhecer à Rússia os eventos e as medidas empreendidas contra o Qatar. Particularmente, as medidas ilegítimas. Neste aspecto, gostaria de confirmar a postura do Qatar de que todos os litígios devem se resolver através do diálogo, sendo o formato do Conselho de Cooperação dos Estados Árabes do Golfo é mais oportuno para tal diálogo", sublinhou o ministro do Qatar.
Sergei Lavrov, por sua vez, realçou que, na opinião da chancelaria russa, a maior ameaça para os países do golfo Pérsico hoje em dia é o terrorismo, e a luta contra ele só pode ser assegurada através de uma união entre os países da região e os atores estrangeiros.
O ministro adiantou que "é precisamente por esta postura que nós [Ministério das Relações Exteriores da Rússia] mantemos o contato com a maioria dos participantes dos processos que estão decorrendo e realizamos conversas telefônicas do presidente russo com seus colegas na região".
"Nossa conversa de hoje dará continuidade a estes esforços. Tudo o que a Rússia possa fazer, tendo o acordo ou interesse das partes envolvidas, tudo isso nós iremos tentar concretizar", adiantou.
Mais cedo, no dia 5 de junho, seis países árabes, começando com o Bahrein, declararam a ruptura de relações diplomáticas com o Qatar. Depois do Bahrein, essa decisão foi tomada pela Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen e Líbia.
Posteriormente, as Maldivas seguiram a mesma ação de ruptura de relações. Tal decisão drástica é explicada pelo suposto apoio prestado por Doha ao terrorismo. Bahrein também suspendeu as comunicações aérea e marítima entre Manama e Doha, proibindo que seus cidadãos visitem o Qatar e vice-versa. Por sua vez, o Qatar nega as acusações.