Em seu artigo para a revista The National Interest, o autor aponta que, nesta possível guerra, Irã usará sua grande frota de navios de ataque rápido para lançar mísseis antinavio contra adversários a fim de bloquear a passagem através do estreito de Ormuz.
Capacidades navais
O país dispõe de 21 minisubmarinos da classe Ghadir que são de produção nacional, mas construídos em conformidade com os submersíveis norte-coreanos da case Yono. São barcos de 120 toneladas, capazes de se deslocar a uma velocidade de 11 nós (21 km/h). Além disso, cada submarino pode levar dois torpedos de 533 mm.
"Em geral, as águas costeiras pouco profundas são muito favoráveis para operações minisubmarinas, com interferências de zonas rochosas superficiais e fortes maresias que reduzem o alcance de detecção do sonar", diz Roblin.
Segundo acrescenta o especialista, essas águas também oferecem aos minisubmarinos "abundantes oportunidades para se esconder e esperar em uma emboscada".
Em 2013, Teerã lançou seu próprio submarino da classe Fateh. Embora este navio, de fabricação nacional, careça de algumas características modernas como mísseis antinavio ou o sistema de propulsão independente, é verdadeiramente uma "peça genuína", indica o autor.
Mas, por que Irã investe somas consideráveis na construção de seus próprios submarinos ao invés de adotar esquemas já desenvolvidos por Rússia e China?
Aspiração à autossuficiência
A razão consiste em que Teerã já se dá conta de como as parcerias internacionais em mudança podem desviar o planejamento da defesa. Assim, antes da revolução no país, seu governo recebia "grandes quantidades de armas" dos EUA.
Depois de o Iraque invadir Irã em 1980, Teerã se encontrou em más relações tanto com os EUA, como com a União Soviética, por isso se dirigiu para a China em busca de armas. Além disso, envolveu-se em "relações clandestinas" com a administração de Reagan.
"Esta tumultuada história criou um tremendo impulso para a autossuficiência militar do Irã, mesmo que os resultados de curto prazo não sejam nada especiais com os sistemas estrangeiros de armas existentes", salienta Roblin.
"Guerreiros" submarinos
O submarino Fateh mede entre 40 e 48 metros de comprimento e, segundo informações, é capaz de levar cerca de 600 toneladas em posição paralela. Assim, compartilha características com os submarinos de defesa costeiros alemães desenvolvidos nos anos 1960 e 1970.
Roblin indica que, segundo a mídia local, o Fateh é capaz de estar em alto-mar durante cinco semanas e cobrir uma distância de 5.000 km, o que lhe fornece a capacidade de penetrar no mar da Arábia.
Teerã também planeja fabricar dois submarinos da classe Besat (ou Qaem), cada um de 60 metros de comprimento e equipado com seis tubos de torpedos. É provável que tenham uma capacidade de mergulho de 300 metros e uma velocidade máxima de 37 quilômetros.
No entanto, a falta de novos relatórios sobre o seu desenvolvimento sugere que o projeto foi abandonado e atrasado.
Ao mesmo tempo, o Escritório de Inteligência Naval dos EUA informou, em março, que os submarinos da classe Besat terão capacidade de lançar mísseis de cruzeiro em cinco anos.
O autor explica que tal façanha é alcançada através do uso do calor, do sistema de escape do foguete, o que lhe permite viajar em uma bolha de gás com resistência ao arraste mínimo.
Roblin destaca que, embora o estado de algumas das armas iranianas ainda seja desconhecido, a sua implantação, marcará melhorias significativas no potencial naval do país.
"[…] O esforço consistente do Irã para produzir em casa submarinos maiores e mais capazes e armas utilizadas em selos, fornece mais provas de que Teerã está investindo a longo prazo para se tornar uma potência militar autossuficiente", conclui o analista.