O especialista do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Aleksandr Kharlamenko, comentou à Sputnik China a decisão do Panamá de romper as relações oficiais com Taiwan e estabelecer relações diplomáticas com a China.
O chefe do MRE da China, Wang Yi, e a ministra das Relações Exteriores do Panamá, Isabel Saint Malo, assinaram no dia 13 de junho um comunicado sobre o estabelecimento das relações diplomáticas entre seus países.
O especialista classificou este acontecimento de sem precedentes, porque o Panamá, mesmo durante os mais graves períodos nas relações com os EUA, nunca se decidiu a estabelecer relações com a China. Esta mudança em direção à China continental ocorreu depois do início dos escândalos financeiros entre o Brasil, Equador e Venezuela com o Panamá, que foram provocados, segundo o especialista, pela nova administração dos EUA.
Kharlamenko opina que os círculos políticos e empresariais do Panamá podem sofrer danos por causa destes escândalos, por isso ele tentam equilibrar a influência dos EUA estabelecendo relações com a China. Outra razão é o projeto da ferrovia transcontinental Brasil-Bolívia-Peru e o projeto do canal alternativo de Nicarágua com a participação do capital chinês.
Anteriormente, de fato, considera o especialista, Washington proibia o Panamá de estabelecer relações com a China, porque a segurança do canal era garantida pelos EUA, o que limitou o Panamá na sua soberania.
O especialista concluiu que o desenvolvimento da cooperação econômica entre o Panamá e a China continental, que terá lugar no futuro próximo, pode estimular passos mais ativos do Panamá para sair da esfera política dos EUA.