Concorrência entre China e EUA: quem ganhará luta pelo canal do Panamá?

© REUTERS / Carlos JassoEsta foto de 20 de junho de 2016 mostra a abertura de uma porta no canal do Panamá, deixando passar o navio Oceanus para fazer teste
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O Panamá está disposto a compensar a forte influência dos EUA desenvolvendo suas relações com a China. Os projetos para a construção do canal da Nicarágua e da ferrovia transcontinental Brasil-Bolívia-Peru com capital chinês podem ter empurrado o Panamá para rever as relações com a China.

O especialista do Instituto da América Latina da Academia de Ciências da Rússia, Aleksandr Kharlamenko, comentou à Sputnik China a decisão do Panamá de romper as relações oficiais com Taiwan e estabelecer relações diplomáticas com a China.

O chefe do MRE da China, Wang Yi, e a ministra das Relações Exteriores do Panamá, Isabel Saint Malo, assinaram no dia 13 de junho um comunicado sobre o estabelecimento das relações diplomáticas entre seus países.

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O jornal The South China Morning Post caracterizou a situação como um choque para Taiwan e como o aumento da influência da China numa zona em que tradicionalmente dominam os EUA. O especialista russo Aleksandr Kharlamenko assinala que foi a própria política dos EUA na região que foi o fator principal para a decisão do Panamá em estabelecer relações com a China.

O especialista classificou este acontecimento de sem precedentes, porque o Panamá, mesmo durante os mais graves períodos nas relações com os EUA, nunca se decidiu a estabelecer relações com a China. Esta mudança em direção à China continental ocorreu depois do início dos escândalos financeiros entre o Brasil, Equador e Venezuela com o Panamá, que foram provocados, segundo o especialista, pela nova administração dos EUA.

Kharlamenko opina que os círculos políticos e empresariais do Panamá podem sofrer danos por causa destes escândalos, por isso ele tentam equilibrar a influência dos EUA estabelecendo relações com a China. Outra razão é o projeto da ferrovia transcontinental Brasil-Bolívia-Peru e o projeto do canal alternativo de Nicarágua com a participação do capital chinês.

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Estes projetos podem causar a perda de influência do Panamá na região – o país pode deixar de ser o dono do único caminho entre os dois oceanos. O especialista também assinala que a situação provoca o agravamento da rivalidade entre os EUA e a China na região.

Anteriormente, de fato, considera o especialista, Washington proibia o Panamá de estabelecer relações com a China, porque a segurança do canal era garantida pelos EUA, o que limitou o Panamá na sua soberania.

O especialista concluiu que o desenvolvimento da cooperação econômica entre o Panamá e a China continental, que terá lugar no futuro próximo, pode estimular passos mais ativos do Panamá para sair da esfera política dos EUA.

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