Falando da crise relacionada com o Qatar, o político sublinhou: "A situação em torno do Qatar reflete a polarização, a confrontação que existe no mundo hoje em dia. Os EUA fizeram a Arábia Saudita e uma série dos países do golfo Pérsico voltarem às costas ao Qatar."
"Porém, países como a Turquia, a Rússia e o Irã opõem resistência a esta frente. Como contrapeso ao bloco americano, se criou uma frente eurasiática forte, por isso se pode dizer que os EUA já perderam esta batalha", sublinhou.
"À medida que os EUA tentam compensar o enfraquecimento das suas posições na região, eles ficam cada vez mais presos em um pântano de contradições. Os EUA visam realizar o plano para criar um segundo Israel ao apoiarem os curdos e sua ideia de um Estado independente. Entretanto, não há hipótese que este plano se concretize, porque os EUA enfrentam resistência de tais forças como a Turquia, o Irã, a Rússia e o Iraque", explicou o político turco.
Segundo expressou Perincek, a política externa dos EUA na região pode ser chamada de uma "aventura no Oriente Médio" que resultou em perdas no valor de 16 trilhões de dólares para o país e não trouxe nenhuns dividendos, sendo que este fato foi confirmado pelo próprio presidente dos EUA, Donald Trump.
"Já que o 'Estado profundo' tomou Trump de refém, este ficou incapaz de realizar seu plano para a política externa. O principal objetivo de Trump era uma política mais passiva no Oriente Médio e, em compensação, um aumento de pressão sobre a Alemanha e a China", pormenorizou.
"Neste contexto, os passos da Turquia ganham cada vez mais peso. Ancara já estabeleceu uma parceria com a Rússia e agora precisa de estender a mão da amizade à Síria para resistirem juntos às ações dos EUA", assinalou.