De acordo com o advogado de Cunha, Rodrigo Sanchez Rios, o ex-parlamentar – que prestou depoimento no inquérito que investiga o presidente da República, Michel Temer (PMDB) – foi alvo de 47 perguntas, e respondeu àquelas relacionadas com a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS.
“O meu silêncio nunca esteve à venda”, disse Cunha, em frase reproduzida pelo seu advogado aos jornalistas após o depoimento.
Na sua delação premiada, Joesley Batista entregou a gravação de uma conversa com Temer na qual afirma que o presidente deu aval para que ele continuasse pagando Cunha, preso na Operação Lava Jato, para que o ex-deputado ficasse em silêncio e não fizesse um acordo de delação.
“Ele negou categoricamente”, comentou Rios a respeito da versão do dono da JBS. O advogado de Cunha disse ainda que o peemedebista negou qualquer contato com Temer ou assessores do presidente para o pagamento de propina em troca do seu silêncio.
Já as perguntas que dizia respeito a um suposto recebimento de propina por parte de empresas interessadas em obter empréstimos do Fundo de Investimentos do FGTS não foram respondidas por Cunha. Segundo Rios, o tema não integra o inquérito que investiga Temer.
Cunha está preso em Curitiba desde outubro de 2016 e já foi condenado a 15 anos de reclusão pelo juiz federal Sérgio Moro. Ele está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.